Cabelos escuros, olhos castanhos, franjinha e um corpo no shape distribuído nos seus 1,65 de altura. Mas a beleza que atraía era a mesma que matava ou mandava matar. Assim era Simone de Souza Valverde, uma traficante temida em Santo Amaro da Purificação. A sua trajetória chegou ao fim no último final de semana, quando foi assassinada. Conhecida como a “Bibi Perigosa”, ela era uma das lideranças do Comando Vermelho (CV) na região do Recôncavo Baiano.
O apelido de “Bibi Perigosa” não era à toa. A jovem de 21 anos era tida como uma pessoa fria e calculista. Segundo a polícia local, era responsável por ordenar a execução de vários rivais. Em alguns casos, fazia questão de apertar o gatilho e, por isso, era tida como “cabeça cara” pelo Bonde do Maluco (BDM).
Simone assumiu a liderança do CV em Santo Amaro em 17 de dezembro do ano passado, quando o então líder, o companheiro dela, Iago, morreu em confronto com a Polícia Militar. Iago foi abatido no bairro Ideal, durante troca de tiros com a Rondesp. O casal era acostumado a liderar os “bondes” (ataques) contra o BDM.
Monitorada pela polícia e pelos rivais, Simone não tinha o hábito de sair sem a sua tropa. Mas foi num descuido, que ela foi alcançada na tarde deste último sábado (08). Ela caminhava sozinha no bairro do Bonfim, quando três homens que a seguiam gritaram pelo seu nome. Ao olhar para trás, a traficante foi baleada. Ela ainda tentou correr, mas não resistiu. Segundo testemunhas, o crime foi cometido por integrantes do BDM.
Bonfim é uma região controlada pelo BDM e o Terceiro Comando Puro (TCP), principal rival do CV no Rio de Janeiro. Em agosto do ano passado, o CORREIO mostrou com exclusividade a aliança entre o BDM e o TCP para impedir o crescimento do CV não só em Santo Amaro, mas também em todo o Recôncavo.
O CORREIO pediu um posicionamento à Polícia Civil em relação à morte de Simone. “Diligências são realizadas no sentido de identificar a autoria, motivação do crime e circunstâncias do crime”, diz nota PC. A Delegacia Territorial de Santo Amaro investiga o caso. (Correio 24h)
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