Um vídeo que a TV Bahia e o g1 tiveram acesso na manhã desta quinta-feira (1°) mostra o momento que um preso foi torturado por agentes no Conjunto Penal de Brumado, no sudoeste da Bahia. Por causa do crime, na terça-feira (30), o Ministério Público estadual (MP-BA) denunciou à Justiça o ex-diretor da unidade, capitão da PM Cláudio José Delmondes Danda, a diretora adjunta Carol Souza Amorim e mais quatro servidores públicos envolvidos no episódio.
As imagens mostram que a "sessão de tortura" é iniciada com o preso deitado no chão. Um dos agentes dispara uma bala de borracha na perna da vítima. Em seguida, um outro servidor joga um spray de gengibre no rosto do detento.
Ainda deitado e com as mãos na cabeça, o preso recebe chutes nas costas e depois é algemado. Em seguida, um outro agente penal inicia uma sequência de chutes na cabeça da vítima.
O vídeo termina com o momento em que um outro agente dá uma cotovelada na barriga do detento.
Um outro vídeo que a TV Bahia e o g1 tiveram acesso mostra o preso revoltado por algum motivo. Ele chega a chutar duas caixas antes da chegada dos agentes penais e das agressões começarem.
Veja abaixo quem foi denunciado pelo MP-BA:
O ex-diretor da unidade, capitão PM Cláudio José Delmondes Danda;
A diretora adjunta Carol Souza Amorim;
O supervisor operacional da unidade, Alex Santos Ângelo;
Os policiais penais Jamerson Evangelista dos Santos, Jaime Ferreira Santos Júnior e Paulo Sérgio Brito da Silva.
A denúncia foi baseada em investigações realizadas pelo MP, por meio dos grupos de atuação especial de Execução Penal (Gaep) e de Segurança Pública (Geosp), com o apoio da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
Em nota, o MP informa que o crime foi cometido em outubro de 2023, contra um preso, que foi submetido a “intenso sofrimento físico, como forma de lhe aplicar castigo pessoal”.
O MP ressaltou que, mesmo ferido, o interno só recebeu atendimento médico no dia posterior ao fato e foi submetido a exame médico legal em 5 de fevereiro de 2024, após requisição do Ministério Público.