Donald Trump se tornou o primeiro ex-presidente considerado culpado pela Justiça em uma ação criminal na história dos Estados Unidos. O veredicto, divulgado nesta quinta-feira (30), acrescenta mais uma camada de singularidade à disputa pela Casa Branca neste ano, na qual é praticamente certo que o republicano será o candidato do seu partido.
A decisão foi tomada por um júri formado por 12 pessoas. O grupo avaliou que o empresário é culpado nas 34 acusações de falsificação de registros empresariais para encobrir pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels e, assim, evitar que ela divulgasse supostamente ter mantido relações sexuais com Trump às vésperas da eleição de 2016.
Após a leitura do veredicto, o advogado do republicano, Todd Blanche, pediu que cada jurado confirmasse individualmente o veredicto. Os 12, um por um, acenaram afirmativamente com a cabeça, segundo repórteres presentes na corte. O grupo começou a deliberar na manhã de quarta-feira e encerrou no fim da tarde desta quinta.
Cada uma das 34 acusações trata da fraude de um documento diferente. O empresário deve recorrer da decisão.
Trump culpou o presidente Joe Biden pelo veredicto ao sair da Corte Criminal de Manhattan, em Nova York. "Isso foi feito pelo governo Biden para atingir ou prejudicar um oponente político", disse. Em nota enviada pela campanha, o ex-presidente classificou o resultado como uma "desgraça" e acusou, sem provas, o juiz de corrupto.
"Nós vamos continuar lutando, vamos lutar até o fim e vamos vencer porque nosso país foi para o inferno. Nós não temos mais o mesmo país, temos uma bagunça dividida. Vamos lutar pela nossa Constituição. Isso está longe de ter acabado", completou.
Após deixar a corte, ele seguiu para a Trump Tower, na Quinta avenida. Algumas pessoas o aplaudiram em apoio diante do prédio, outras gritaram "culpado" e "prenda-o".
Biden, que vem evitando comentar os processos criminais contra o adversário para não dar munição às acusações de perseguição política, afirmou que "há apenas uma forma de manter Donald Trump fora do Salão Oval: nas urnas". Em um post na rede social X (ex-Twitter), ele incluiu ainda um link para doações para sua campanha.
"Nós respeitamos o Estado de Direito, e não temos comentários adicionais", se limitou a dizer a Casa Branca, em nota.