Os homens envolvidos na briga entre torcidas organizadas dos times Bahia e Vitória, em Salvador, foram presos novamente nesta quinta-feira (22). Eles, que foram indiciados por tentativa de homicídio, foram detidos por mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça na quarta-feira (21).
O confronto aconteceu no dia 4 de setembro e três homens ficaram feridos no confronto – todas elas torcedores do Bahia. Dois deles já tiveram alta e o terceiro segue internado no Hospital Geral do Estado (HGE). [Veja detalhes abaixo]
O mandado de prisão preventiva atende a um pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Filipe Santos Borges e Walace de Lima Santana foram presos em flagrante, mas acabaram liberados em audiência de custódia.
O MP-BA argumentou que foram preenchidos todos os requisitos para a decretação da prisão, como a garantia da ordem pública, a gravidade e motivação do crime. Além disso, há indícios suficientes de autoria e de materialidade, inclusive imagens, de que os investigados cometeram crime doloso.
Na decisão, a Justiça considerou que eles levam perigo à sociedade, além de causar uma "evidente perturbação à tranquilidade social", além de terem mostrado brutalidade contra a vítima, que estava totalmente indefesa. Uma das vítimas atacadas pela dupla estava caída ao chão, ferida.
Briga entre torcedores
A briga entre os torcedores foi marcada, segundo moradores do bairro do São Caetano. Toda a confusão ocorreu na Avenida Nestor Duarte, próximo ao Largo da Argeral, horas antes do jogo do Vitória, que estava marcado para 17h. Ao todo, 53 pessoas foram detidas pela Polícia Militar.
Moradores contaram que membros da Torcida Organizada Bamor (TOB), do Bahia, interceptaram membros da Torcida Uniformizada os Imbatíveis (TUI), do Vitória, que seguia em direção ao estádio Manoel Barradas – o Barradão – para o jogo do rubro-negro.
Os homens que ficaram feridos são: Marcelino Ferreira Barreto Neto, que é atleta profissional de futebol 7, e "puxador" da Bamor: a pessoa responsável por levantar os cânticos nos estádios. Ele tem estado de saúde mais grave; Alexandre Cerqueira Franco, que também foi hospitalizado e já teve alta médica; Lucas Queiroz da Silva, que passou por cirurgia e também já teve alta médica.
Marcelino, inclusive, é um dos indiciados por lesão corporal leve após o ataque ao ônibus do próprio Bahia, em fevereiro deste ano. O crime deixou ao menos dois jogadores feridos.
No ataque, o ônibus do Bahia foi emboscado por carros e atingido por artefatos explosivos quando chegava à Arena Fonte Nova, antes da partida contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste. Além de Marcelino Neto, também foram indiciados pelo ataque ao ônibus do Bahia: Hugo Oliveira da Silva Santos; Marcelo Reis dos Santos Júnior; Jarderson Santa Bispo.
O jogador que teve ferimentos com maior gravidade foi o goleiro Danilo Fernandes, atingido no rosto, próximo ao olho, e também na perna. Ele recebeu 20 pontos nos múltiplos ferimentos. O lateral-esquerdo Matheus Bahia também ficou ferido.