Familiares da líder quilombola Mãe Bernadete, assassinada a tiros na Bahia em 2023, entraram com uma ação indenizatória contra a União Federal e o Governo do Estado, apontando falhas que levaram ao homicídio da ialorixá e problemas que estariam ocorrendo depois do crime. O processo corre na Justiça Federal e anda não teve uma decisão.
O g1 teve acesso ao material nesta terça-feira (21). No processo, que foi distribuído no dia 16 de janeiro, a defesa da família pede a quantia de R$ 11,8 milhões por danos morais para os três netos que estavam com a vítima no dia do crime e uma filha da liderança quilombola. A mulher é mãe dos jovens.
Além de citar a Bahia e a União, o processo denuncia ainda o Instituto Para o Desenvolvimento da Educação, Intercambio, Arte e Sustentabilidade e o Instituto de Proteção, Promoção dos Direitos Humanos e Acesso à Justiça Proteger, que estavam envolvidos na preservação de Mãe Bernadete.
Em 940 páginas, a defesa mostra documentos e cita reportagens que abordaram o crime, fazendo um histórico das ações que levaram à morte de Mãe Bernadete.
"Os dados mostram como a participação estatal é um desastre, desde a demora para a demarcação do território, a instalação de um presídio dentro do território [Colônia Penal de Simões Filho], que inicialmente seria uma fábrica de sapato, a permissividade da ocupação de membros de facções nas terras quilombolas, chegando com as falhas do programa de proteção, que é tocado por pessoas que não tem expertise para isso", afirmou o advogado David Mendez, que moveu a ação.
A ação também inclui um pedido de liminar para manter o neto de Bernadete Pacífico, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, no Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), com segurança e apoio adequados.
Em entrevista ao g1, o advogado David Mendez pontuou problemas desse serviço que passou a ser oferecido ao jovem de 22 anos em novembro do ano passado, meses depois que ele assumiu a liderança da associação quilombola.
Entre as falhas, está a falta de blindagem e manutenção no carro usado por Wellington, o fato dele não usar colete à prova de balas e a constante mudança do responsável pela segurança. Questões listadas e cobradas no processo.
O requerente solicita ainda que o tribunal nomeie procuradores específicos para atuar no caso, devido à experiência com questões relacionadas com a proteção de comunidades tradicionais e direitos humanos na Bahia.
Em nota enviada ao g1, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que a União ainda não foi intimada de que a referida ação foi ajuizada. A reportagem também entrou em contato com Governo do Estado e aguarda retorno.
Relembre o crime e veja como está o caso 👇
- Vai a júri popular
- Será julgado por roubo, homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.
- Vai a júri popular (apesar de estar foragido, tem advogado constituído);
- Conhecido como "Maquinista" ou "Gordo"
- Agiu como o mandante e mentor intelectual do crime.
- Será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.
- Vai a júri popular
- Será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução.
- Apontado como um dos executores imediatos do crime.
- Tem dois mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo.
- Apontado como gerente do tráfico local, subordinado e "braço" direito de "Maquinista".
- Suspeito de auxiliar no plano de execução de Mãe Bernadete.
- Apontado por ter armazenado as armas utilizadas no crime.
Se essa moda pegar, vai muita gente ficar milionários e o país quebrado.
ResponderExcluirPorque não foi sua mãe seu fdp..... 11,8 milhões de Reais ainda é pouco.
ExcluirE os usuários, RICOS OU POBRES, sustentando o crime.
ResponderExcluirDepois vão gritar: mito, mito, mito