sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

1º lugar em medicina no vestibular da USP conta segredo: ‘Organização, foco e lazer’

Organização, foco e constância — para Henrique Valente Doria, de 17 anos, foi essa combinação que levou a seu sucesso nos vestibulares. Ele estudava em uma escola de alto padrão na capital paulista e passou em primeiro lugar no curso de medicina na Universidade de São Paulo (USP) pela Fuvest.

Ao g1, Henrique contou que, para conseguir uma vaga em uma universidade pública, estudava todos os dias, até sábado e domingo. Durante a semana, eram cerca de 13 horas diárias de estudo, que envolviam prestar atenção nas aulas e fazer listas e mais listas de questões. Ainda assim, ele não abriu mão do lazer nem de passar um tempo com a família e os amigos.

“Se não tiver lazer, a pessoa pifa rapidinho, aí chega no dia [da prova] tensa e não consegue fazer. Então, eu não deixei de sair, mas eu tinha a consciência de que, se eu fosse sair na sexta e chegar em casa 1h da manhã, eu acordaria às 10h, tomaria café da manhã e às 11h já estaria estudando”, disse Henrique, que também foi aprovado em medicina na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pelo Sisu.

Fascinado por biologia e exatas, o garoto dedicou parte do ensino médio a olimpíadas do conhecimento, como a de Astronomia e Astronáutica (OBA). Nesse período, também dava monitorias na escola e ajudava os colegas com as matérias que tinha mais facilidade.

Segundo Henrique, em 2023, ainda como treineiro, ele acertou 81 das 90 questões da primeira fase da Fuvest. Na etapa seguinte, gabaritou a redação. Com o bom resultado, sentiu que estava no caminho certo, mas foi alertado pelos professores sobre a necessidade de “manter o pé no chão” e continuar com seus esforços. No último ano, acertou 86 perguntas e seguiu para a segunda fase.

Em 22 de janeiro, dois dias antes do previsto, a Fuvest divulgou a lista dos aprovados em primeira chamada na USP. Antes mesmo de conseguir acessar o site da fundação, o estudante soube por conhecidos que tinha passado.

“Uma hora e pouco depois, eu consegui entrar no site da Fuvest para checar minha classificação, por curiosidade. Aí eu vi e falei: ‘Mãe, acho que eu fiquei em primeiro lugar’. Ela disse: ‘Não, entra de novo’. Conferi umas três vezes e era isso”, contou Henrique, dando risada.

Questionado sobre o que passou em sua cabeça no momento em que soube da aprovação, disse que foi uma mistura de felicidade com alívio. “Inexplicável. O dia mais feliz da minha vida, sem dúvida. Depois que passa um pouco a adrenalina, você fala: ‘Passou, acabou essa fase’.”

Sobre as expectativas para a faculdade, ele se disse ansioso para conhecer os demais calouros e os veteranos.

“Quero aproveitar o máximo de oportunidades que a faculdade pode me dar, academicamente falando, para poder também ajudar as outras pessoas. Afinal, se a faculdade é pública, o povo está pagando, então, eu me sinto na obrigação de devolver esse serviço para o povo. Isso é uma coisa que sempre tive para mim” — Henrique Doria, estudante.


Dicas de estudo

Henrique contou ao g1 algumas dicas que daria para quem ainda vai prestar vestibular:

Seja flexível: imprevistos acontecem, portanto, cronogramas de estudo muito rígidos podem atrapalhar. “Eu tinha uma organização de quantas horas eu precisava estudar cada matéria por semana, mas não tinha isso de ‘segunda é dia de estudar geografia’, por exemplo, porque se esse fosse o caso e na segunda eu não estivesse bem, passaria a semana sem ter estudado aquela matéria”;

Mantenha uma boa rotina de sono: “o sono é muito importante. Vira e mexe a gente escuta na escola: ‘Ai, tem uma prova difícil no dia seguinte, vou ficar estudando até as 3h da manhã, vai dar tudo certo’. Não, vai dar tudo errado. Se você não dormir, você não guarda informação”;

Fique antenado: mantenha-se atualizado sobre o que está acontecendo no mundo. “Aparecia alguma coisa nas redes sociais, aí eu pensava: ‘Nossa, que interessante’ e ia pesquisar nos veículos de imprensa. Outra dica é ficar de olho no jornal da USP.” (G1)

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