Quem busca por limão, tangerina ou laranja no supermercado já percebeu que os preços dessas frutas estão nas alturas. Essa alta tem sido sentida em todo o País e tem diversas causas, como condições climáticas adversas e a disseminação de pragas em algumas regiões produtoras. A Bahia, no entanto, se destaca como um refúgio para a citricultura nesse cenário.
O estado, que já ocupa a quarta posição no ranking de maiores produtores de laranja do Brasil, tem se consolidado como um polo de produção desse tipo de frutas, graças a um conjunto de fatores que o tornam cada vez mais atrativo para produtores e investidores. Entre 2021 e 2023, a produção baiana de laranja saltou de 594 mil toneladas para 610 mil toneladas. No caso do limão, o aumento também foi considerável. Em 2021, foram 72 mil toneladas, enquanto em 2023, foram colhidas na Bahia 80 mil toneladas, de acordo com dados do IBGE.
Um dos principais motivos para o crescimento da citricultura baiana é a sanidade dos seus pomares, aponta a agrônoma e coordenadora do Programa Fitossanitário dos Citros da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), Suely Brito. Ao contrário de outras regiões do país, a Bahia é livre das principais pragas que atacam as laranjeiras, como o greening. Essa doença, causada por uma bactéria, tem devastado plantações em estados como São Paulo, diminuindo a produção e elevando os custos.
O clima favorável da Bahia também contribui para o sucesso da citricultura local. “As temperaturas elevadas e a incidência solar intensa durante a maior parte do ano proporcionam condições ideais para o desenvolvimento das frutas cítricas e a Bahia tem se demonstrado um terreno propício a receber novas lavouras de citros. Além disso, a região possui uma grande disponibilidade de água, essencial para a irrigação das plantações”, frisa o secretário da Agricultura da Bahia, Wallison Tum.
A qualidade dos frutos produzidos na Bahia é outro diferencial. As laranjas cultivadas no estado possuem um teor de açúcar mais elevado, o que resulta em um sabor mais intenso e agradável. Segundo Suely Brito, "essa qualidade é essencial tanto para o consumo in natura quanto para a indústria de suco, que paga mais pelos frutos com alto grau Brix, indicador de doçura". Essa característica é muito valorizada, sobretudo, pela indústria, que é para onde vai grande parte da produção de laranjas da Bahia.
Com a crescente demanda por frutas cítricas de qualidade e a necessidade de garantir a segurança alimentar da população, a Bahia se apresenta como uma excelente opção para os produtores que buscam um local seguro e produtivo para investir. O estado oferece um ambiente propício para o desenvolvimento da citricultura, com um mercado consumidor em constante expansão e incentivos governamentais para o setor.Essa combinação de fatores tem atraído cada vez mais produtores e investidores para o estado, que se consolida como um polo de produção de frutas cítricas de alta qualidade.
Preços altos no mercado nacional - Os altos preços da laranja-pêra e do limão têm gerado impacto ao mercado brasileiro. Segundo o HF Brasil, centro de pesquisa de frutas e hortaliças do Cepea/Esalq-USP, a falta de chuvas em São Paulo foi o principal fator para a redução da oferta, resultando em um aumento de 30,4% no preço do limão neste ano. Comparativamente entre agosto e setembro, houve uma elevação de 10% nos preços praticados para comercialização da laranja-pêra.
Se fosse no Governo de Bolsonaro, a culpa seria dele. Mas como é no governo de quem gasta muito imposto com jabá, a culpa é do clima. Brasil sem vergonha.
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