Três suspeitos de envolvimento na morte da líder quilombola Mãe Bernadete foram incluídos no Baralho do Crime, catálogo que reúne informações dos foragidos mais perigosos da Bahia. A informação foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nesta quarta-feira (03).
Os homens são procurados pelo assassinato da líder em 17 de agosto do ano passado, ocorrido na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). De acordo com a SSP, os procurados atuam em Simões Filho e São Sebastião do Passé, também na RMS. Eles foram identificados como:
Marílio dos Santos - "Maquinista" ou "Gordo" - Investigações apontaram que Marílio agiu como o mandante e mentor intelectual do crime. Ele é apontado como uma das lideranças do grupo criminoso que age nas cidades de Simões Filho e São Sebastião do Passé. Foragido da operação Tarja Preta, da Policia Federal, que teve como objetivo de identificar líderes de uma organização criminosa.
Ydney Carlos dos Santos de Jesus - "Café" Ele é apontado como gerente do tráfico local, subordinado e "braço" direito de "Maquinista". Também é suspeito de auxiliar no plano de execução de Mãe Bernadete.
Josevan Dionisio dos Santos - "BZ" ou "Buzuim" - Apontado como um dos executores imediatos do crime. Tem dois mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo.
Segundo a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), a gestão que Mãe Bernadete fazia na área passou a conflitar com os interesses dos líderes do tráfico de drogas da região.
A liderança da quilombola impedia que o comércio de drogas se expandisse na região da área de preservação da barragem do quilombo, e por isso “Maquinista" teria dado a ordem para que ela fosse executada.
Ex-secretária da Igualdade Racial, ialorixá e mãe de quilombola assassinado Em 2023, três suspeitos foram presos por envolvimento na morte da líder quilombola. Eles não tiveram os nomes divulgados e, de acordo com a SSP, têm diferentes participações no crime:
Na noite do dia 17 de agosto de 2023, homens armados invadiram o local onde estava a líder quilombola. Mãe Bernadete pensou que os assassinos eram assaltantes.
A informação do crime foi dada à polícia pelo neto de Bernadete, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, que fazia companhia a ela na noite do crime. Além dele, estavam com a líder quilombola dois adolescentes de 13 e 12 anos.
Depois de matarem Mãe Bernadete, os suspeitos levaram os celulares da líder quilombola e dos netos. Sem telefone, Wellington utilizou o aplicativo de mensagens que estava aberto no computador, para pedir socorro para pessoas que vivem no quilombo.
Depois disso, ele deixou os familiares adolescentes com um vizinho e foi até o terreiro de candomblé, que fica dentro do Pitanga dos Palmares, para ligar para a polícia. Os suspeitos chegaram e saíram do quilombo de moto.
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