Um soldado da Polícia Militar acusado de homicídio qualificado é alvo da Operação Sangue Frio, deflagrada na manhã desta quarta-feira (27) pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). A vítima, a gerente de supermercado Juliana de Jesus Ribeiro, foi morta a tiros no dia 25 de maio do ano passado, na cidade de Saubara, recôncavo baiano.
Na ação contra o agente, investigadores cumprem mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal de Santo Amaro. Foram realizadas diligências na cela do Batalhão de Choque, em Lauro de Freiras, onde o policial já estava preso desde a deflagração da Operação Salobro, que em outubro do ano passado investigou a participação de PMs em milícias na região de Santo Estêvão.
Segundo denúncia oferecida pelo MP e recebida pela Justiça nesta segunda-feira (26), o soldado executou Juliana sem lhe dar qualquer chance de defesa. Imagens registradas por câmeras de segurança da via pública no local do crime mostram que o soldado disparou diversas vezes contra a mulher, que já estava rendida e de costas para seu executor.
Conforme laudos policiais, Juliana foi atingida diversas vezes à queima-roupa na cabeça, face, tórax, abdômen e braços.
Treze dias antes da execução, o denunciado foi flagrado observando a rotina da vítima, percorrendo o mesmo percurso e realizando as mesmas ações que foram feitas na data do homicídio.
A investigação apontou que, por volta das 19h30 do dia do crime, o PM e um comparsa, ainda não identificado, renderam a vítima quando ela saía do trabalho, em técnicas semelhantes às de abordagem policial, obrigando-lhe a pôr as mãos na cabeça e a ficar de costas para eles. Ainda conforme a denúncia, o soldado alterou as placas do veículo utilizado no crime para dificultar a investigação.
De acordo com o MP, as evidências e provas do inquérito policial demonstram que o denunciado planejou, premeditou e executou a ação que culminou na morte de Juliana de Jesus Ribeiro”, afirma a Promotoria, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas).
Na decisão que determinou a prisão preventiva para garantia da ordem pública, a Justiça aponta haver fortes indícios probatórios de que o PM “praticou, em ação meticulosamente premeditada, homicídio qualificado, por meio de recurso que dificultou a defesa da vítima”. Além disso, pontua a periculosidade do PM, que foi alvo da Operação Salobro.
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