Na certidão de nascimento, constava o nome de Luis Henrique da Silva Pereira (29 de julho de 1968 – 10 de março de 2024). Na certidão artística, Luis Henrique era Luisão Pereira. Ou simplesmente Luisão, compositor, multi-instrumentista e produtor musical baiano, nascido em Juazeiro (BA), também terra natal de João Gilberto (1931 – 2019) e Ivete Sangalo.
A morte de Luisão Pereira na madrugada deste domingo, aos 55 anos, em Salvador (BA), em decorrência de mieloma múltiplo diagnosticado em 2017, entristece o meio musical, em especial o soteropolitano.
Até porque foi em Salvador (BA), cidade para onde migrou em 1986, que Luisão Pereira se consolidou na carreira musical após ter integrado bandas de rock como Conjuntivite e Metalúrgica na adolescência vivida na cidade natal de Juazeiro (BA).
Em Salvador (BA), Luisão fundou a banda Cravo Negro em 1986 e, uma década depois, foi admitido como guitarrista na Penélope, banda fundada por Érika Martins. Em cena de 1997 a 2004, a banda Penélope deu projeção nacional a Luisão Pereira, sobretudo na época do lançamento do primeiro dos três álbuns da Penélope, Mi casa, su casa (1999).
Com a dissolução da Penélope, Luisão Pereira lançou o primeiro disco solo, Nota de um samba só, em 2006. Em 2007, formou o duo Dois em Um com a violoncelista Fernanda Monteiro.
Desfeito o duo, Luisão ficou novamente solo a partir de 2017, ano em que descobriu ter câncer, um mieloma múltiplo. Foi a batalha contra o câncer, combatido com sessões de quimioterapia, que inspirou o artista a gravar álbum solo autoral como cantor.
Vislumbrado pelo single Licença (2019) e anunciado oficialmente com a edição do single Forte (2023), o álbum Fogo no mar foi lançado em 2 de junho do ano passado.
Com 11 músicas gravadas com as participações de artistas como Mãeana, Marcelo Jeneci e Zé Manoel, o álbum Fogo no mar funcionou como um testemunho da fé de Luisão Pereira na vida que, do (limitado) ponto de vista da matéria, se extinguiu na madrugada de hoje.
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