Adultos que dormem apenas três a cinco horas por dia podem ter um risco aumentado para desenvolver diabetes tipo 2. A descoberta é de estudo publicado na revista científica JAMA Network Open nesta terça-feira (05), de acordo o portal CNN Brasil.
Ainda de acordo com a pesquisa, a privação do sono não pode ser compensada apenas com uma alimentação saudável na prevenção da doença crônica.
“Geralmente recomendo dar prioridade ao sono, embora compreenda que nem sempre é possível, especialmente quando sou pai de quatro adolescentes”, afirma Christian Benedict, professor-associado e investigador do sono no Departamento de Biociências Farmacêuticas da Universidade de Uppsala e principal autor do estudo, em comunicado à imprensa.
Os pesquisadores, que pertenciam à Universidade de Uppsala, localizada na Suécia, usaram informações do banco de dados UK Biobank, que conta com dados de milhões de pessoas do Reino Unido. Para o estudo, eles analisaram as informações de 247.867 de pessoas, que responderam a perguntas sobre saúde e estilo de vida.
Ao longo de dez anos, os pesquisadores acompanharam os participantes e descobriram que, aqueles que dormiam entre três e cinco horas diárias, estavam com um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2.
Por outro lado, hábitos alimentares saudáveis estavam associados a um menor risco de desenvolver a doença. Porém, segundo os pesquisadores, mesmo aqueles que seguiam uma alimentação equilibrada apresentavam um risco maior de diabetes tipo 2 se dormissem menos de seis horas por dia.
“Os nossos resultados são os primeiros a questionar se uma dieta saudável pode compensar a falta de sono em termos do risco de diabetes tipo 2. (As descobertas) não devem causar preocupação, mas, sim, ser vistas como um lembrete de que o sono desempenha um papel importante na saúde”, explica Benedict, ainda em comunicado.
No entanto, o pesquisador ressalta que os efeitos da privação de sono podem variar de uma pessoa para outra, dependendo de fatores como genética e a real necessidade de sono do indivíduo. O diabetes tipo 2 é uma doença crônica caracterizada pela resistência à insulina, hormônio que regula o nível de açúcar no sangue. É mais comum em adultos com hábitos de alimentação pouco saudáveis e com sedentarismo. Além disso, costuma ser acompanhada de outras comorbidades, como hipertensão arterial, colesterol elevado e obesidade ou sobrepeso.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem no Brasil, atualmente, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa quase 7% da população nacional. A doença pode ser controlada através da mudança de hábitos, com a adoção de uma dieta saudável e prática de atividades físicas.
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