Depois de aparecer propondo “virada de mesa” em reunião ministerial com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), general Augusto Heleno, guardou consigo uma agenda com manuscritos com teor golpista.
Conforme Bela Megale, no jornal O Globo, a agenda foi apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro, durante a operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8), mirando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assessores e militares suspeitos de articular uma tentativa de golpe de Estado.
Segundo relataram os policiais à coluna, a agenda de Heleno contém anotações de próprio punho com teor antidemocrático que convergem com outros documentos golpistas encontrados ao longo das investigações, a exemplo de documento apreendido no gabinete de Bolsonaro, na sede do PL, nesta quinta e a minuta golpista apreendida na casa de Anderson Torres, em 2023.
Dentre as articulações escritas na agenda está o plano de limitar o poder de atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mediante a um suposto entendimento jurídico baseado em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU). As anotações incluíam ainda a ideia de que as ordens de um juiz suspeito seriam ilegais, com possibilidade de prisão do delegado que as cumprisse.
Na avaliação da PF, o material encontrado na agenda de Augusto Heleno mostram que os temas golpistas eram debatidos de maneira recorrente pelo núcleo do governo de Bolsonaro.
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