Um deputado estadual e três policiais militares são investigados em uma operação da Polícia Federal contra grupo suspeito por integrar uma milícia responsável por lavagem de dinheiro em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador. Mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados foram bloqueados nesta quinta-feira (07).
O deputado investigado é suspeito de chefiar o grupo. Ele foi identificado como Kleber Cristian Escolano de Almeida e é conhecido como Binho Galinha. Binho se candidatou pelo Patriota em 2022 e foi eleito com mais de 32 mil votos. O g1 tenta contato com o suspeito e o partido político.
A reportagem também pediu posicionamento para a Polícia Militar e aguarda retorno. Segundo a PF, o deputado, os três militares e outras 11 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e estão sendo investigadas por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, desmanche de veículos e outros crimes.
A investigação conta com o auxílio da Receita Federal, que apurou inconsistências fiscais dos investigados. O grupo atuava em Feira de Santana e também em cidades vizinhas, que não foram especificadas.
Binho Galinha é suspeito de lavagem de dinheiro — Foto: Redes sociais |
Além dos R$ 700 milhões, outros bens foram bloqueados e mandados de busca e apreensão foram expedidos - inclusive em fazendas e outros imóveis do deputado. Confira:
- bloqueio de 26 propriedades urbanas e rurais;
- 10 mandados de prisão expedidos;
- 35 mandados de busca e apreensão expedidos;
- suspensão das atividades econômicas de seis empresas.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação começou após o recebimento de um ofício do MP-BA, que relatava os crimes que estavam sendo cometidos pelo grupo na região.
Ao longo das apurações, a Receita Federal apontou inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, bem como propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, os policiais militares suspeitos de integrar o grupo formavam o "braço armado" dos milicianos. Eles seriam os responsáveis por fazer cobranças mediante violência e ameaça.
Esses valores cobrados seriam oriundos de jogos ilícitos e empréstimos com juros excessivos. Os nomes dos PMs não foram divulgados.
De acordo com a PF, a operação conta com o apoio do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT), Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil da Bahia (CORE).