Três crianças indígenas da etnia Waraó, da Venezuela, que moram em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, estão com quadro grave de desidratação, desnutrição e suspeita de pneumonia. A situação foi constatada após uma vistoria realizada pela Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) no abrigo onde elas vivem.
Cerca de 61 indígenas, entre eles 38 crianças, moram em Feira de Santana desde 2020, depois que fugiram da Venezuela para fugir da crise financeira e social que o país sul-americano se encontra.
A DPE-BA foi comunicada que um indígena morreu no local, vítima de pneumonia, no último mês, além das crianças que estão doentes. Conforme o defensor Maurício Coutinho, cestas básicas não estão sendo entregues para as famílias.
Em nota, a Prefeitura de Feira de Santana informou que está apurando o caso e que foram aplicados mais de R$ 70 mil na assistência a 20 famílias de venezuelanos entre janeiro e agosto deste ano.
Maurício Coutinho afirmou que o município não pagou o aluguel da maioria dos indígenas, apenas de dois deles, e que alguns estão com atraso no pagamento há mais de três anos.
Ainda segundo a DPE, um relatório expedido pela Funai (Fundação Nacional do Índio) sobre a moradia dos indígenas em Feira de Santana aponta ausência de infraestrutura nas residências, fornecimento inadequado de alimentação, além de barreira de acesso à educação e à saúde.
A DPE-BA disse que se reuniu esta semana com entidades da sociedade civil, inclusive o Movimento da População em Situação de Rua de Feira de Santana, para atualizar as informações sobre situação dos indígenas e discutir possíveis estratégias aos problemas encontrados. Além disso, o órgão instaurou um procedimento de apuração de dano coletivo para verificar a extensão das violações.
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