O Brasil registrou queda de 25,5% no coeficiente de mortalidade por aids, que passou de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2022, foram registradas 11 mil mortes por HIV ou aids, 8,5% menos do que os 12 mil óbitos registrados em 2012.
Apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram de aids por dia no ano passado. Do total, de acordo com o novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, 61,7% dos óbitos foram entre pessoas pretas e pardas e 35,6% entre brancos.
Ainda segundo o boletim, na análise da variável raça/cor, observou-se que, até 2013, a cor de pele branca representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e, principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde 2015.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Etel Maciel, há uma grande preocupação com a infecção dos jovens, em especial, negros e negras. Do total de mulheres, 63% são pretas ou pardas.
'As nossas crianças que estão nascendo com a transmissão vertical, são em sua maioria, negras. E são os jovens negros, muito jovens, com 15 anos, que estão sendo acometidos', disse.
Cerca de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. Desse total, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, na análise considerando o sexo atribuído no nascimento, as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado.
Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral, mas 79% das mulheres estão em tratamento. 96% dos homens e 94% das mulheres estão com a carga viral suprimida – ou seja, quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero.
O diretor do Departamento de HIV/AIDS e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, diz que outra meta da Pasta é aumentar o público que utiliza a Profilaxia Pré-Exposição, PREp, disponível na rede pública e indicado para pessoas em situação de vulnerabilidade para o HIV. A PrEP é a combinação de dois medicamentos – tenofovir e entricitabina – que bloqueiam alguns 'caminhos' que o HIV usa para infectar o organismo.
'Quando você chega ao nível de pelo menos três pessoas utilizando o coquetel, você começa a ter redução das infecções. E essa é nossa absoluta prioridade: expandir os tratamentos preventivos e todas as demais formas de prevenção do vírus', ressalta.
Cerca de 900 mil pessoas sabem que vivem com HIV enquanto 100 mil brasileiros desconhecem o diagnóstico. Para ampliar a testagem, o Ministério distribuiu neste 4 milhões de testes rápidos que detectam, simultaneamente, sífilis e HIV.
No início do ano que vem, será lançado um edital no valor de R$ 40 milhões para financiar organizações sociais que trabalham no combate e prevenção ao HIV/AIDS.
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