quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Cresce número de vítimas de motorista por aplicativo que sequestrava e extorquia mulheres na BA

Subiu para cinco o número de casos registrados na Polícia Civil contra o motorista por aplicativo suspeito de sequestrar e extorquir mulheres em Salvador.

Como nos outros casos, a nova vítima, que registrou ocorrência na tarde de quarta-feira (8), também foi obrigada a fazer três transferências bancárias. Ela teve R$ 9,5 mil roubados, além de um aparelho celular.

Jonatas dos Reis Oliveira foi preso na quarta, após prestar depoimento na delegacia do bairro da Pituba. Com os dois mandados de prisão, o suspeito foi transferido para a carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos, onde deve cumprir 30 dias de prisão, que podem ser prorrogados para mais 30, período em que a polícia deve concluir os inquéritos.

Motorista por aplicativo suspeito de sequestrar mulheres em Salvador extorquiu mais de R$ 40 mil das vítimas

Motorista por aplicativo suspeito de sequestrar e extorquir mulheres na BA presta depoimento e assume apenas um dos quatro crimes

Em seguida deve ser feito um pedido de prisão preventiva para todos os casos investigados. Caso a Justiça acate o pedido, o suspeito seguirá para o presídio onde deve aguardar nova determinação judicial.

Até o momento da prisão, a advogada do suspeito, Cássia Cristina disse que ele havia assumido apenas um dos crimes pelos quais era investigado. No entanto, segundo a delegada responsável pelo caso, Marita Souza, a nova denúncia derruba a tese da defesa.

"Ontem à tarde, após ele ter sido preso, mais uma vítima compareceu à unidade policial, inclusive derrubando uma das alegações dele, que ele só teria cometido um crime e que os outros teriam sido alguém chamado Silvino", disse a delegada.

De acordo a investigação, apesar de um nome falso, Jonatas mantinha a mesma foto. Um print da tela do celular feito por uma amiga de uma das vítimas mostra a solicitação da corrida com a foto de Jonatas, que foi reconhecido pelas mulheres.

"A vítima pegou esse carro com esse nome de Silvino e a foto do indiciado. Ela fez o reconhecimento e já sabia que tinha sido ele, porém ficou com medo porque ele fez muitas ameaças dizendo que teria condições de localizá-la, e que teria o nome dela. Com todas as vítimas fez esse tipo de ameaça", detalhou a delegada.

Segundo a investigação, a maioria dos crimes aconteceram entre setembro e outubro deste ano, nos bairros do Costa Azul, Tancredo Neves, Pituba e Paralela. Não há detalhes sobre onde ocorreu o quinto caso.

Todas as vítimas pediram o carro por aplicativo e, após entrarem no veículo, o suspeito cancelou a corrida. Ele obrigou as vítimas a fazerem pix e roubou os celulares delas.

A advogada do suspeito alegou que a motivação do crime teria sido ameaças que o suspeito sofria de um agiota.

"Ele disse que estava sendo ameaçado por um agiota, devia R$ 7 mil. Ele estava com a cabeça já para 'ser lançada fora' e não teve outra opção a não ser cometer esse crime", contou.

A advogada ainda contou que um homem identificado como Silvino teria aconselhado o suspeito a sequestrar e extorquir as vítimas. O suspeito atribui os outros três casos semelhantes a este homem. A polícia não confirmou a informação, mas disse que outras pessoas estão sendo investigadas.

De acordo com a delegada Marita Souza, responsável pelo caso, Jonatas se apresentou na delegacia nesta quarta-feira e foi preso porque já havia dois mandados de prisão contra ele. Esses mandados são referentes a dois dos quatro casos registrados em delegacia na capital baiana.

Além disso, a delgada contou que a polícia investiga se outro motorista por aplicativo pode ter cometido crimes similares.

"Chegamos ate as pessoas que foram beneficiados pelos pix feitos pelas vitimas. Essas pessoas já foram ouvidas", disse.

Segundo a delegada, além dos suspeito, outras pessoas foram ouvidas na investigação de uma possível participação no crime. No entanto, Marita diz que os indícios são de que as pessoas teriam agido de boa fé por conta das informações repassadas pelo suspeito, que alegava problemas na sua própria conta.

"Essas que nós ouvimos, até então, nos parece que agiram de boa-fé, porque são pessoas próximas a ele, que teria alegado que precisava dessas contas, porque a dele estava bloqueada. Então essas pessoas emprestavam essa conta para que ele fizesse o depósito e depois sacavam, faziam a entrega desses valores a ele e até então não tinham conhecimento de que ele estava praticando esses tipos de crime", explicou a policial.

Outras ainda serão ouvidas para, segundo a policia, saber se elas estariam envolvidas no crime, ou se também agiram apenas de boa-fé.

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