Na tarde desta segunda-feira (13), um acolhido do albergue Bezerra de Menezes, localizado na Av. Bionor Rebouças, em Itabuna, durante surto psicótico, atacou funcionários da instituição. O homem tem 45 anos de idade e apresenta contumaz agressividade durante os surtos, mesmo sob efeito de medicação.
Em fevereiro desse ano, este mesmo acolhido, também durante surto mental, atacou e matou um colega de quarto do albergue. A vítima, na ocasião, foi um idoso de 67 anos, Conrado de Jesus Almeida, que também sofria de transtornos mentais. Ele foi espancado até a morte. (Relembre aqui).
Essa semana, por exemplo, ele já havia agredido o porteiro da instituição. Ao blog O Trombone, a diretora do Albergue, Isaura Brandão, informou que o interno, atualmente, se encontra no local usado para velório. “Ele já conseguiu quebrar a grade duas vezes e passar por cima. Os colaboradores têm receio de prestar os cuidados. Para o banho, é necessário quatro pessoas para acompanhar, isso, se ele não tiver em surto”, relatou.
Ainda de acordo com relatos de Isaura ao blog citado acima, a situação é tão complexa, que o local só pode ser higienizado quando os funcionários conseguem remover o homem do local. Às vezes, a dificuldade é tanta que o interno chega a ficar até três dias sem fazer a higiene dele, e nem permite que se faça a limpeza do ambiente.
“Nenhuma providência foi tomada pelo município, nem pela justiça. Com apoio, o Albergue Bezerra de Menezes conseguiu toda documentação e enviou. A medicação do acolhido está em dias e, ainda assim, os surtos estão cada vez piores, sendo necessário chamar o Samu e a polícia, com frequência, deixando todos apreensivos, já que existe o risco para os idosos e funcionários”, disse Isaura.
De acordo com Isaura, a documentação e a solicitação para que o interno fosse transferido foram enviadas para a promotoria e também para a prefeitura.
“Nós também já informamos para o município e a única coisa que o município fala é para chamarmos o Samu, para que ele seja levado para ser medicado, apenas isso. Isso não é a solução, inclusive isso já é um caso de justiça, não é nosso”, preocupa-se Isaura.
A irmã do interno, segundo Isaura, é idosa e mora, de favor, em uma roça. Não tem condições, nem estrutura para cuidar do homem. “Estamos vivendo uma situação muito séria e de invisibilidade, porque nada foi resolvido até o momento”, ressaltou a diretora da instituição.
“O problema é muito grave, porque ele já agrediu um funcionário da casa. Está ficando vários dias sem banho, sem limpeza do local, porque ninguém quer se arriscar a ter acesso. Ontem (13) mesmo tivemos que chamar de novo o Samu e a polícia”.
Para piorar ainda mais a situação, o município não dispõe de nenhum hospital psiquiátrico público. O único que existia, o São Lucas, fechou. Até a ala psiquiátrica do Hospital de Base foi extinta. Por conta disso, só aumenta o número de pacientes com transtornos mentais, cuja assistência em casos de internamentos se esbarra na falta de estrutura do município. Esta matéria conta com informações do blog o Trombone e do G1-BA.
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