Uma baiana de 24 anos leu e conversou com a equipe médica enquanto passava por uma cirurgia de retirada de tumor no cérebro em Feira de Santana, a 100 km de Salvador. O procedimento foi feito no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e a paciente passa bem.
"Durante o procedimento, conversamos com a paciente e ela respondia as perguntas, fazia contas simples e interagia. À medida que o tumor era retirado, ela lia, conversava e até mesmo olhava imagens em um tablet", contou Márcio Brandão, coordenador da neurocirurgia do Hospital Clériston Andrade.
Neste ano, Juliana Vitória de Oliveira foi diagnosticada com um tumor cerebral de oito centímetros de diâmetro. O tumor ocupava uma área do cérebro que é importante para os movimentos, o que tornou a cirurgia ainda mais perigosa.
Segundo Márcio Brandão, se a cirurgia fosse feita da forma comum, com a paciente desacordada, poderiam haver sequelas.
"Poderia causar danos e um déficit significativo, inclusive com sequelas. Ela poderia ficar com o lado do corpo paralisado, com dificuldades para falar", explicou.
Portanto, a equipe médica do hospital optou, pela primeira vez na unidade, por realizar o procedimento com a paciente acordada. Nele, a jovem foi anestesiada para não sentir dor, mas conseguia interagir com a equipe formada por 12 profissionais da saúde, incluindo médicos, enfermeiros e neurofisiologistas.
O procedimento durou mais de 10h30 e, ao final, um resultado extremamente positivo: a baiana conseguia falar e mexer os braços e pernas. Para os profissionais do hospital, o sucesso da cirurgia abre oportunidade para que o procedimento seja feito mais vezes e, consequentemente, mais vidas sejam salvas.
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