O segurança acusado de matar dois adolescentes em 2017, que na época tinham 15 e 16 anos, em uma estação de trem no subúrbio de Salvador, foi condenado a 42 anos de prisão em regime fechado. A sentença, de acordo com as famílias das vítimas, saiu na noite de segunda-feira (25), após 11 horas de julgamento.
Júlio César de Jesus Perpétuo trabalhava na estação Santa Luzia. As vítimas foram Claydson Santos, de 15 anos, e David Barreto, de 16. A mãe de Claydson Santos, Cleidiane Santos, disse que escutar a sentença foi um "alento no coração".
"Não vou ter mais o meu filho de volta, mas a sentença significa dizer a sociedade que foi mais um jovem que teve sua vida ceifada inocentemente", desabafou. Segundo Cleidiane Santos, o segurança tirou a chance dos adolescentes virarem adultos e comemorou a sentença, mesmo seis anos depois do crime.
"Ele tirou todas as chances de meu filho se tornar um homem. A justiça aconteceu, foram muitas horas esperadas, mas no final deu tudo certo", disse a mãe de Claydson. O segurança também foi condenado por balear outros dois adolescentes, que sobreviveram, no momento do crime. Um deles, identificado como Felipe Santos, ficou paraplégico.
Soltura após um ano
O segurança ficou preso por um ano, mas foi solto para responder o processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica. A liberação do agora condenado ocorreu mediante “aplicação de medidas cautelares de comparecimento bimestral em juízo e monitoração eletrônica”, de acordo com o Tribunal de Justiça.
A prisão temporária de Júlio César de Jesus Perpétuo foi decretada em 27 de abril de 2017 - dia do crime - e ele foi preso no dia 3 de maio de 2017. No dia do mesmo mês, a Justiça converteu a temporária em prisão preventiva. Ele deixou o sistema prisional no dia 7 de junho de 2018.
A mãe de Felipe Santos, Vanilda Santos, também contou que não achava justo que Júlio César tivesse ficado preso apenas um ano pelo crime cometido. "Agora a gente vai seguir em frente, um pouco feliz, porque a justiça foi feita", afirmou.
Vanilda Santos disse que o condenado tentou difamar os adolescentes durante o julgamento, mas não conseguiu convencer a Justiça. "Ele falou absurdos, disse que meu filho era de facção. Nunca foi, se fosse eu não estaria me expondo. Os meninos não andavam com arma, todo mundo via que eles não andavam armados", disse a mãe do jovem paraplégico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário