O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que uma equipe do Ministério vai à Bahia, nos próximos dias, para realizar visitas técnicas e estabelecer novos investimentos e ações de combate à criminalidade. A informação foi divulgada no final da noite de segunda-feira (25), após reunião entre o ministro e o governador do estado, Jerônimo Rodrigues, em Brasília.
O anúncio do ministro acontece em meio à onda de violência na Bahia que, em agosto, levou o governo federal a firmar um acordo com o estadual para combater o crime organizado. “Vamos ampliar a destinação de recursos, de equipamentos e de tecnologia para essas ações conjuntas, e eu tenho toda a confiança de que os resultados, que já estão aparecendo, serão cada vez melhores”, disse Flávio Dino.
Segundo o governo da Bahia, a reunião entre Flávio Dino e Jerônimo Rodrigues teve o objetivo de alinhar novas estratégias de um trabalho em conjunto realizado entre as forças de segurança estaduais e federais. "A Polícia Federal já está atuando em parceria com a Bahia há várias semanas, com operações integradas, e agora essa aliança está entrando numa nova fase. Nós vamos intensificar essas operações conjuntas”.
Também durante a reunião, o ministro afirmou que, em outubro, fará a entrega da Delegacia da Polícia Federal (PF), em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, para fortalecer o trabalho da corporação e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região.
No domingo (24), Flávio Dino descartou a possibilidade de uma intervenção federal no estado para conter a onda de violência. Segundo o líder da pasta, esse tipo de intervenção só deve ser feita quando há falta de atuação do governo do Estado. “Não se cogita por uma razão: o governo do estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada”, disse.
A declaração foi dada após a cerimônia que concedeu a medalha da Ordem do Mérito, no grau de Grã-Cruz, ao Padre Júlio Lancellotti. O evento aconteceu na cidade de São Paulo. Ainda de acordo com Dino, o ministério está em diálogo com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e com o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner.
O objetivo é que haja o aperfeiçoamento das operações, já que as organizações criminosas se fortaleceram na Bahia nos últimos anos, tendo aumentado, inclusive, o acesso a armas. Foi nesse cenário que, no mês de agosto, o acordo foi assinado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal, criando a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), dos governos estadual e federal.
Após a criação do força integrada, operações em conjunto passaram a ser feitas no estado. Uma delas, realizada em 15 de setembro, em Salvador, deixou cinco pessoas mortas - dentre elas, o policial federal Lucas Caribé.
Depois da morte do agente federal, veículos blindados e policiais vindos do Distrito Federal foram enviados para a Bahia. Apesar disso, o ministro afirma que a situação não se trata de uma intervenção federal, mas sim "apoio financeiro e material".
"É um quadro muito desafiador. O que nós fizemos foi fortalecer a presença da Polícia Federal, sobretudo visando a pacificação. No sentido amplo da palavra 'intervenção', claro que há, no sentido da presença. A presença está sendo ampliada, mas em parceria com o governo do estado", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário