Aconteceu uma caminhada realizada nesta manhã (28), pelas ruas de Porto Seguro, extremo sul da Bahia, em protesto contra o feminicídio e o assassinato de Andrea Costa - a personal trainer morta a uma semana pelo ex-namorado. O protesto contou com a presença de Luiza Brunet, ativista e ex-modelo, o pai de Hyara Flor e sua advogada Janaína Panhossi, além de parentes e amigos da vítima, secretários, vereadores, servidores públicos e um grande número de pessoas que se juntaram ao protesto
O lema "Violência contra a mulher a gente mete a colher sim", remete a um momento crucial em que a sociedade brasileira vivencia. Devido a exorbitantes números de mortes contra a mulher, especificamente pela característica de violência doméstica e familiar, além do menosprezo ou discriminação à condição da mulher ser a vítima. O Agosto Lilás representa um movimento de promoção a ações que possam conscientizar a sociedade sobre a necessidade de enfrentamento das diversas formas de violência doméstica.
Somente nessa passeata, há três grandes casos de feminicídio. O caso recente da personal trainner morta pelo ex-namorado, que foi vítima de tiros, com duas perfurações à bala na cabeça, e golpes de faca. Denis Anderson, foi preso ao sair do enterro de Andrea, porém encontra-se solto pois não há materialidade de provas que ele tenha cometido o crime. Segundo a perícia realizada no celular, autorizada pela defesa, comprovou, através do Google Maps, que ele não esteve no local na data do crime pois estava no trabalho.
Já o caso de Hyara Flor, a cigana morta pelo ex-marido de 14 anos, que a princípio foi acusado, porém a perícia oficial da cidade de Guaratinga, que fica a 120 km de Porto, comprovou que o tiro foi acidental e disparado pelo cunhado de nove anos de idade, numa suposta "brincadeira" com a garota. Sendo assim, o Amadeus deixou de ser o principal suspeito, onde o crime era estudado como feminicídio, passando a ser a principal acusada, a sogra de Hyara e mãe do menor que disparou os tiros. A mãe de Amadeus responde pelo crime de homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo.
A ex-modelo, Luiza Brunet também passou por problemas conjugais. Um romance de cinco anos, acabou devido a agressões físicas realizadas pelo ex-marido, o bilionário Lírio Parisotto. Em 2016, em uma viagem aos Estados Unidos, ela foi brutalmente agredida pelo companheiro, que foi condenado penalmente, em 2019, pelos socos e tapas na ex. Na época, ela teve quatro costelas quebradas por agressão, e ainda sofreu discriminação da sociedade quando tornou o caso público.
Hoje, Luiza Brunet é ativista e palestrante com foco em Enfrentamento Violência Doméstica, e ex-modelo. É uma das mais famosas mulheres do país, empresária e atriz, esteve em dezenas de campanhas e três vezes capa da Playboy nos anos 1980.
Sua presença, torna válida qualquer forma de expressão contra a violência doméstica, onde pode determinar o rumo dos relacionamentos abusivos.
"O Brasil é o primeiro país que mais mata mulheres e isso tem que acabar. Este momento é importante pelo simbolismo, para que as vítimas e seus familiares possam buscar seus direitos. Não podemos mais permitir que isso aconteça, Nossa sociedade tem que se responsabilizar por essa violência. Somos responsáveis por essas mudanças que precisamos provocar", disse Luiza Brunet.
Luiza Brunet e Janaína Panhossi |
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