segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Laudo pericial contratado pelo pai de Hyara apresenta disparidades e será apresentado ao MP

 

Na última sexta-feira (18), o laudo do perito contratado pelo Iago Cigano, encontrou divergências que conflitam com o laudo apresentado pela Polícia Civil de Guaratinga. O pai de Hyara Flor havia solicitado em redes sociais, 'uma vakinha' para pagar a investigação particular.

Perito Eduardo LLanos, da empresa Sewell Investigações e Perícias Ltda, tem realizado investidas nos locais que aconteceram o crime. Durante suas investigações, ele concluiu haver fatos que apontam não ser possível um menino de nove anos ter sido o atirador da morte de Hyara.

O laudo particular será apresentado ao Ministério Público, e corre em segredo de justiça, portanto o conteúdo não foi divulgado. O documento será encaminhado nos próximos dias, e aguardar a manifestação do MP.

Já no inquérito policial, a perícia afirmou que tiro que atingiu o rosto da menina foi acidental, tendo sido disparado pelo cunhado de nove anos, durante uma brincadeira. 

Em depoimento, o ex-marido relatou que a noiva engatilhou a arma e colocou no pescoço do menor, e quando o garotinho tentou realizar o mesmo movimento, a arma disparou, acidentalmente, e mudou o cenário do caso. A sogra da vítima é investigada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo. 

Conforme o caso tomou a proporção nacional, muitos especialistas comentaram sobre o assunto, uma delas, a Perita Criminal do Instituto de Criminalística de São Paulo, há 35 anos. 

Rosângela Monteiro é responsável pelos casos Isabela Nardoni, Gil Rugai, acidente da TAM, Ana Hickmann, entre outros. 

Ela afirmou que o tiro foi na região do mento, sendo uma zona de autoextermínio. Porém, o disparo teve uma curta distância e cria umas “tatuagens” — que são características de tiro a curta distância.

Laudo pericial do inquérito relata que o tiro foi executado no máximo a 25 cm de distância da vítima, ou seja, uma morte instantânea.

Diante dos fatos e das controvérsias, sob a avaliação do MP, os próximos passos, pode vir a ser uma acareação — confronto entre partes, ou exumação do corpo, ou solicitar uma requisição.

O homicídio cometido em Guaratinga, no sul da Bahia, teve repercussão nacional, pois acreditava que o marido da vítima, que possui 14 anos, seria o responsável pelo tiro, inclusive permaneceu alguns dias apreendido numa casa de abrigo infantil.

Esse é um crime que só existe, porque o fato de ser cigano faz parte da equação da conduta. O pai de Hyara segue buscando formas de reivindicar justiça e o uso das redes sociais é uma forma de manifestar sua revolta. 

A Bahia é o segundo estado do país com maior presença de ciganos. E, ainda não incluídos no censo populacional brasileiro, estima-se que cerca de 800 mil ciganos de três ramificações étnicas distintas vivam por aqui, os Kalon, os Rom e os Sinti.

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