quinta-feira, 31 de agosto de 2023

'Faxineira' de cena de crime vai onde ninguém quer e revela seu maior medo

Uma pessoa é encontrada morta depois de dias sem contato com a família. Outra foi vítima de um homicídio depois de ter sua própria casa invadida — o local indica que houve luta corporal e resultou em muito, muito sangue.

Em casos de mortes violentas, o cadáver é recolhido e levado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML). Mas, e o que acontece depois? Quem limpa aquela casa?
"Fui treinada para fazer todos os tipos de limpeza: decomposições, óbito provocado, de acumuladores, desinfecção e desodorização de ambientes. As situações são muito parecidas e, onde tem risco biológico, a gente vai", explica Clícia Mulet, de 32 anos.

Ela trabalha em uma empresa especializada na limpeza de ambientes que oferecem risco biológico em São Paulo. São serviços que vão muito além de água, sabão e esfregão.

"Limpamos o que outros não devem, não podem ou não querem fazer", define a frase no perfil da Biodecon nas redes sociais.

Serviços a partir de R$ 4 mil
Clícia foi cabeleireira por oito anos e chegou a fazer curso para ser comissária de bordo, mas não atuou na área. Ela logo foi trabalhar com o pai, que na época tinha uma empresa de conserto de instrumentos cirúrgicos e desinfecção hospitalar.

Uma morte na família, em que o corpo foi encontrado dias depois, chamou a atenção do empresário e sua filha para outro nicho: a falta de empresas especializadas no serviço de limpeza pós-óbito no Brasil.

"Foi uma luta para a gente limpar", lembra ela, que logo em seguida foi aos Estados Unidos para fazer um curso especializado que incluía a limpeza depois da morte, de cena de crime, de traumas e acidentes e de acumuladores compulsivos.

Ela explica que, na maioria das vezes, os serviços são contratados por parentes da pessoa morta ou pelo condomínio onde ela morava — principalmente se o caso aconteceu em alguma área comum do prédio. E não existe uma demanda fixa por mês.

A empresa cobra, em situações pós-óbito, a partir de R$ 4 mil — incluindo limpeza, desinfecção e desodorização. Mas o preço varia a depender de quanto tempo o cadáver ficou no local, o tipo de piso da casa, entre outros fatores. (Uol)

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