Maria Alda tem 62 anos e desde fevereiro foi diagnosticada com um linfoma. Atualmente, a idosa tenta fazer o tratamento em Salvador, porque não conseguiu sucesso em Itabuna. Só que na capital, a situação continua difícil para dona Maria, que precisa fazer uma biópsia, mas já aguarda há quase seis meses pelo procedimento.
O Blog Verdinho Itabuna, através do repórter Jarles Soares, traz à tona nesta sexta-feira (25) essa história dramática, infelizmente, compartilhada por muitos brasileiros, que se esbarram no sistema caótico da saúde pública.
Dona Alda relatou sua peregrinação em busca de tratamento, que começou em Itabuna, onde esteve várias vezes no Hospital Calixto Midlej Filho, responsável pelo tratamento oncológico na cidade e ficou internada também por diversas vezes no Hospital de Base.
Hoje, a mulher, que está hospedada na casa de uma sobrinha na capital, continua enfrentando muitas dificuldades. Dona Maria Alda conseguiu, inclusive, uma liminar, determinando que o Estado dê andamento ao tratamento, mas até o momento nada foi feito. A idosa está desesperada e teme morrer por falta de assistência.
“É só consulta, só consulta. Chego aqui [Salvador], pensando que já ia fazer um tratamento e eles me mandam já à noite para uma UPA. E o que acontece? O que eu ia fazer na UPA? Eu não entendi, mas eu vim porque estava com muita dor na barriga e eu já não estava aguentando. Então, eu vim pensando que de lá eles iam me encaminhar para um hospital já para eu fazer a minha biópsia, mas não estou vendo solução até agora. Estou igualmente bola de ping pong, de um hospital para o outro. Eu estou praticamente morrendo, eu não estou aguentando mais”, desabafou a idosa.
Município de Itabuna não é habilitado para tratamento de linfoma
Ao Blog Verdinho Itabuna, Suely Dias, presidente do Grupo Se Toque, entidade de apoio a mulheres com câncer em Itabuna, após assistir ao vídeo de dona Maria, informou que o município de Itabuna não é habilitado para tratar linfoma e leucemia, que são doenças hematológicas. São tipos de câncer que atingem as células do sangue.
“Como a maioria das cidades da Bahia não trata, então não tem médico pelo SUS para fazer a biópsia. Salvador trata linfoma, mas é praticamente o estado inteiro enviando paciente para lá”, disse Suely.
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