Aos 45 anos morre MC Marcinho — Príncipe do Funk, recém-divorciado no leito e ícone do funk brasileiro

Marcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, morreu neste sábado (26), vítima de falência múltipla de órgãos, aos 45 anos. A informação foi confirmada pelo Hospital Copa D’Or, localizado na zona sul do Rio de Janeiro, onde o cantor estava internado para tratar uma cardiopatia e doença renal crônica. O artista estava hospitalizado desde o dia 27 de junho deste ano, após sofrer uma parada cardíaca, e estava sob cuidados intensivos no hospital.

MC Marcinho — Márcio André Nepomuceno Garcia, nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, cria nato de Bangu, desde os 16 anos em que mudou. Filho de uma dona de casa e de um marceneiro que era sambista.

MC Cacau, a ex-mulher, passou por cima de brigas familiares para apoiar o ex-marido no momento difícil, e revelou em suas redes sociais que doou sangue para ajudar o pai de seu filho, 17 anos. Ele era casado com Kelly Garcia, com quem teve três filhos. Recentemente, o divórcio de ambos saiu enquanto o cantor estava internado. Foram quinze anos de casados e vinte de relacionamento.

O funkeiro estourou no Brasil nos anos 1990, época do auge da Furacão 2000. Frequentou festas e programas de auditório ao lado do DJ Marlboro, Claudinho e Buchecha, Copacabana, Latino, entre outros.

A funkeira Valeska Popozuda prestou sua solidariedade aos amigos e familiares. “O príncipe do funk precisou descansar. Tanta gente que fez história no funk partindo, que o legado do MC Marcinho seja eterno. Ele descansou porque lutou muito. Meus pêsames, a sua família, amigos e fãs!! Esse fez história”, afirmou.

Marcinho deixa cinco filhos. As informações sobre velório e enterro ainda não foram divulgadas.

Carreira

Marcinho foi um dos principais destaques do movimento funk nos anos 90. Dentre os principais sucessos da sua carreira estão Rap do Solitário, Escrito Pras Princesas, Garota Nota 100, entre outros. Teve influências como Roberto Carlos, Tim Maia, Sandra de Sá, Jorge Benjor e o Raça Negra. 

Em 1994, aproveitou uma oportunidade para mostrar seu talento. Nessa época, 29 anos atrás, Marcinho compôs seu primeiro rap, o “Rap do Solitário” e de lá para cá não parou mais. Como não venceu o festival, mas o sucesso da sua música foi o tamanho, que foi incluído na programação das rádios. 

No início dos anos 2000 MC Marcinho ficou um pouco afastado da mídia, já que com a popularização do estilo de funk com letras erotizadas, o seu estilo saiu do foco, mas mesmo assim seguiu trabalhando.

“Glamurosa”. Essa última viria a ser um sucesso posteriormente. A música é o lançamento de maior sucesso do cantor, e foi escrita usando a apresentadora Xuxa como inspiração.

Daí, para começar a fazer shows, foi um pulo. Desde então, MC Marcinho percorreu um longo caminho. Foram sete CDs lançados e dois DVDs, entre centenas de shows, entrevistas e participações especiais. Em 2006, sofreu um acidente de automóvel que separou o meio dos palcos, vitimou o seu primo e outras quatro pessoas da equipe.

O DVD “Tudo é Festa”, gravado ao vivo no Circo Voador, em 2008, foi uma das primeiras ações do retorno do mundo e uma prévia do que virá pela frente, com uma promessa de botar todo mundo para dançar, da periferia da Zona Sul! Conseguiu. Marcinho e o percussor do Funk Melody no Brasil e nacionalmente conhecido por suas batidas românticas.

Saúde

• 2006 — sofreu um grave acidente de carro, do qual se recuperou;
• 2012 — o cantor foi internado devido a um mal-estar, que de acordo com os médicos, seria pneumonia; 
• 2019 — Marcinho foi hospitalizado ao apresentar um princípio de infarto; 
• 2020 — foi internado na CTI após contrair a COVID-19;
• 2021 — o funkeiro ficou em coma por 4 dias em decorrência de uma infecção bacteriana no pé esquerdo, além de ficar mais três meses no hospital, pois a doença atingiu seu pulmão; 
• 2021 — o cantor implantou um marca-passo após ter problemas cardíacos.
• 2023 — realizou uma cirurgia para a troca de seu marca-passo, inserido em 2019, que apresentava problemas. O músico foi internado no Hospital Copa D'Or, em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde foi sedado e faz hemodiálise. Em agosto, Marcinho teve uma piora na saúde, com um quadro de insuficiência renal e cardíaca, além da sepse que já havia contraído.