Delegado afirma que investigados no 'Escândalo do Pix' tentaram tornar vítimas cúmplices das fraudes

 

Em uma entrevista realizada nesta terça-feira (20), o delegado Charles Leão, responsável pela Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), revelou informações sobre o caso conhecido como "Escândalo do Pix". De acordo com o delegado, os investigados no caso tentaram, em seus depoimentos, fazer com que as vítimas das supostas fraudes fossem consideradas cúmplices.

Charles Leão expressou sua discordância com essa abordagem, afirmando que não acredita que as pessoas que buscavam ajuda fossem realmente cúmplices dos fraudadores. Ele citou o exemplo de uma mãe com um filho com câncer e questionou a ideia de que ela estaria associada a uma fraude para enganar outras pessoas.

O delegado da DreofCiber também revelou que foi mencionado durante as investigações que haveria um acordo entre o amigo de infância dos envolvidos e as supostas vítimas do golpe nos pedidos de ajuda feitos à TV Itapoan. No entanto, apenas duas pessoas reconheceram esse "amigo de infância" dentre as ouvidas pela Polícia Civil.

Charles Leão expressou sua incredulidade em relação a essa narrativa, na qual o amigo de infância supostamente trazia as pessoas envolvidas no esquema e dizia que haveria uma divisão de lucros se conseguissem determinada quantia em dinheiro. Ele deixou claro que não acredita nessa versão.

O caso em questão, chamado de "Escândalo do Pix", está sendo investigado por possíveis fraudes relacionadas à arrecadação de doações destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Essas campanhas de doação foram divulgadas no programa Balanço Geral, da Record TV Itapoan.

Marcelo Castro, citado no esquema, e o editor-chefe Jamerson Oliveira foram demitidos da emissora. Os envolvidos teriam desviado aproximadamente R$ 800 mil que eram destinados a pessoas carentes que haviam feito apelos no programa. Depoimentos de supostas vítimas mencionaram o repórter e o produtor como participantes das fraudes. Segundo relatos, Marcelo Castro teria intermediado a inclusão do número do Pix.