terça-feira, 16 de maio de 2023

Policial Civil Dourado fala porque matou os seus colegas em delegacia no Ceará

Em depoimento, realizado no dia 15, o policial civil Dourado confessa os motivos que o levaram a matar quatro colegas na Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim, na madrugada do dia 14, no Ceará.

Durante a Audiência de Custódia - é quando o juiz avalia a legalidade da prisão, o policial revela atuar como investigador há quase 13 anos na instituição e que sofria assédio moral no departamento. Ainda em sua fala, confirma o teor do primeiro vídeo, realizado logo após os disparos, que conta não suportar mais tanta perseguição dentro da delegacia pela Autoridade Policial.

Afirma que havia solicitado a revisão de suas escalas trabalhistas, a qual não condizia com a lei  12.124/93 - que trata do proceder da polícia judiciária do Ceará, e sem retorno, em segunda instância procurou o Jornal TV Diário, este se deslocou à Delegacia e publicou a matéria. Consequentemente, foi punido sendo fixado em escalas trabalhistas comprometendo sempre os fins de semana.

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença.”.

Para rebater as acusações do custodiado, o gestor Márcio Gutiérrez, delegado geral da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), que também desconhecia os atritos, informou à imprensa que o agente tinha problemas com os colegas. De acordo com o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Samuel Elânio - "as supostas ameaças que o inspetor declarou, não foram informadas às chefias do delegado regional da área".
Dourado diz: "Uma informação dessa (sua explicativa do assédio moral sofrido na delegacia) pode evitar que outros monstros cresçam dentro da instituição de segurança e ceife a vida de cinco famílias, ceife a vida de cinco pais de família."

Nenhuma dessa informações citadas por ele justifica o ato em si, posto que a segurança e os valores de um policial é possuir a capacidade e a iniciativa de agir no cumprimento de dever em situações extremas, ainda que com risco à própria vida, e com lealdade, cultuar a verdade, a sinceridade e o companheirismo, mantendo-se fiel às responsabilidades e aos compromissos assumidos, conflitando assim com as suas atitudes.

O policial civil que matou os colegas dentro da delegacia teve a prisão preventiva decretada. A decisão ocorreu após audiência de custódia realizada em Sobral. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) vai determinar para onde o inspetor será encaminhado. Após os assassinatos, ele fugiu em uma viatura, mas depois se entregou.


Atualizada 08:44 17/05
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