A única comunidade quilombola certificada de Ilhéus, cidade do sul da Bahia, certificada pela Fundação Cultural Palmares, voltou a ter casas e plantações totalmente invadidas pelas águas do Rio Cachoeira, durante as forte chuva que atingiu a localidade nesta sexta-feira (21).
Cerca de 250 famílias fazem parte do Morro do Miriqui, que tem uma área de 1.302 hectares. A comunidade passou por situação semelhante em dezembro do ano passado, quando também perdeu roupas, alimentações da dispensa coletiva, equipamentos da escolinha/creche quilombola, equipamentos da sala de áudio e vídeo do cineminha infanto-juvenil, além de móveis e eletrodomésticos.
Após a chuva, alguns dos moradores ficaram desabrigados e precisaram morar na casa de vizinhos.
"Ano passado a gente enfrentou uma enchente que inundou nossas casas e hoje voltamos a sofrer. Nossas plantações também estão todas inundadas, nossas roças, tudo indo por água abaixo", disse Rosângela Santos, uma das lideranças do grupo.
Vinicius Vieira, conselheiro do quilombo, contou que os moradores estão com medo, porque a água do rio "não para de subir".
"É um risco para as crianças, a gente já viu um monte de cobras e outros bichos, trazendo perigo para as crianças", afirmou.
"Perdemos, novamente, todas as roças, todas as plantações e mais uma vez as casas estão todas alagadas", ressaltou.
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