“Todas as unidades prisionais de Itabuna têm um anexo do colégio estadual e municipal com aproximadamente 535 alunos matriculados com aulas de segunda a sexta nos dois turnos”, explica ao Metro1 Yuri Damasceno, gerente administrativo da Socializa, empresa que administra o presídio em regime de cogestão.
Dentre as ações adotadas no presídio, está o projeto de remição pela leitura, em que a cada obra lida, é possível reduzir a pena em 4 dias. Para a interna E.S*, 28, aprovada no Bacharelado em Mídia e Tecnologia da UFSB, o projeto de leitura, que tem a participação de 45% da população carcerária, foi uma possibilidade de reinserção nos estudos.
A interna, que está em regime semi-aberto após dez anos de cárcere, havia cursado somente até a quarta série do ensino fundamental e foi alfabetizada dentro do conjunto penal. “Logo no começo, foi só pra distrair a mente e depois para concluir os estudos. Nesse tempo eu percebi que sem estudo a gente não chega a lugar nenhum e pude mudar minha vida”, diz.
Apesar da aprovação, E.S relata a dificuldade de reinserção social. “O preconceito lá fora com pessoas ex-presidiárias é muito grande. A sociedade cobra demais das pessoas encarceradas, mas quando a gente sai, a própria sociedade transforma em bandidos, porque não dá oportunidade”, ressalta.
O objetivo da estudante é tentar a mudança para o curso de psicologia, o qual é sua meta profissional. “A mente do ser humano é algo fascinante e nos anos de convivência aqui, sempre com pessoas diferentes, vi que é uma forma de ajudar outras pessoas”, diz. “Quero mostrar que a gente pode passar pelo cárcere e mudar de vida e que a gente pode querer mudar também”, acrescenta.
O programa leva também oficinas de artesanato, da qual E.S fez parte, além de corte e costura, informática e xadrez. O trabalho de educação prisional, realizado pelo Governo do Estado, é realizado em conjunto com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e a Socializa, que contribui para promover a ressocialização, incentivar a leitura, fortalecer a educação, e afastar o interno da criminalidade.
Fonte:Metro1
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