Conforme o MPT-BA, dados do Portal de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho, apontam que em 2019, 21 trabalhadores foram retirados de situações similares à escravidão no estado.
Já em 2020, o número aumentou para 64 e, no ano seguinte, para 70. Em 2022, o Ministério do Trabalho registrou 82 casos.
Na terça-feira (21), sete trabalhadores da construção civil foram resgatados em situação similar a de escravos na obra de um residencial de casas em Barra Grande, na Península de Maraú, no litoral sul da Bahia. Os homens não tinham equipamentos de segurança e dormiam na própria construção.
De acordo com os órgãos, os trabalhadores eram do interior da Bahia e, dentre eles, havia um adolescente de 16 anos, que será acompanhado pela SJDH.
Os funcionários não tinham registro do contrato de trabalho e eram submetidos a jornadas exaustivas, acima de 52 horas semanais. Como dormiam na construção, os cômodos não tinham janelas ou portas, e eles não tinham acesso a água potável, banheiro ou cozinha. Para tomar banho, os homens usavam um chuveiro ao ar livre.
No dia 5 de março, outros cinco trabalhadores foram resgatados em situação similar à escravidão, em um galpão de carvoaria, no bairro de Cassange, em Salvador. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os empregados chegaram a trabalhar mais de 12 horas por dia para produzir até mil ensacamentos.
Os trabalhadores ganhavam R$ 0,16 por saco produzido e lacrado. Por causa da baixa remuneração por produtividade, as vítimas eram obrigadas a adotar jornadas exaustivas, como explica o auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, Mário Diniz.
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