Todas as vezes que Clara Correia, 24, precisava percorrer de ônibus os 220 quilômetros que separam Ibicoara, onde mora, e Vitória da Conquista, local em que recebe atendimento médico, sua condição de saúde piorava. A cidade é a mais próxima em que a jovem consegue atendimento para a epidermólise bolhosa, doença genética rara. A falta de profissionais é responsável pelo êxodo de baianos que viajam em busca de atendimento especializado. Prova disso é que a Bahia possui menos de dois médicos para cada mil habitantes, a 7º pior proporção do país.
Os dados são da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2023, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB). As informações do levantamento revelam um cenário já conhecido na Bahia: quem mora no interior e precisa de atendimento que vá além da clínica geral, percorre um longo caminho para conseguir agendar consultas e fazer exames.
Dos 27,3 mil médicos que atuam no estado, 15,3 mil trabalham em Salvador, 821 na Região Metropolitana de Salvador e 11 mil no interior do estado. Apesar de 40% dos profissionais estarem espalhados fora da capital, a maior parte deles são “generalistas”, ou seja, não possuem especialização em nenhuma das 55 áreas reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades (CME). Leia mais no Correio 24 horas
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