O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a evitar o nome do Auxílio Brasil nas divulgações relacionadas ao programa de transferência de renda. A marca foi lançada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) em novembro de 2021, na tentativa de impulsionar sua imagem a partir de um novo selo social.
Integrantes do governo Lula já sinalizaram a intenção de retomar a marca Bolsa Família, associada às gestões petistas e que Bolsonaro tentou deixar para trás. Mas a reformulação só deve ocorrer em março, já com o novo desenho do programa e com o pagamento adicional às crianças.
Enquanto a mudança não é concluída, a menção ao nome do programa batizado por Bolsonaro já é evitada. Lula publicou em rede social nesta terça-feira (17) o calendário de pagamento da primeira parcela, referente a janeiro, que começa a ser depositada nesta quarta-feira (18). O material, porém, não faz referência ao Auxílio Brasil -em vez disso, cita apenas "programa de transferência de renda do governo federal".
Membros do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome dizem que a troca oficial para o nome Bolsa Família só deve ocorrer quando Lula finalizar a proposta que vai alterar as regras e o funcionamento do benefício. Assim, o presidente teria a chance de fazer uma espécie de relançamento do programa.
Além do simbolismo político, há também questões operacionais que dificultam a mudança do nome neste momento.
Técnicos afirmam que a MP (medida provisória) que restabeleceu o valor mínimo de R$ 600, assinada por Lula em 1º de janeiro, até poderia mudar o nome, mas isso não foi feito para evitar atraso nos pagamentos previstos para o mês.
O contrato com a Caixa, responsável pela operacionalização dos pagamentos, trata de transferências do Auxílio Brasil, e mexer no nome do programa levantaria a necessidade de ajustes na redação do documento.
O pagamento da folha de janeiro será o primeiro sob a nova gestão de Lula. A previsão é que 21,9 milhões de famílias recebam o benefício --cerca de 300 mil a mais do que no último mês do governo Bolsonaro, segundo dados oficiais.
Bahia Notícias
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