Em jogo repleto de drama, o Brasil perdeu para a Croácia nos pênaltis e está desclassificado da Copa do Mundo no Catar, repetindo o mesmo roteiro da edição de 2018, quando também foi eliminado nas quartas de final. Após um 0 a 0 no tempo regulamentar, a seleção brasileira saiu na frente na prorrogação, com gol de Neymar, mas acabou sofrendo o empate nos momentos finais.
Nas penalidades, a Croácia converteu todas as quatro cobranças possíveis, enquanto Rodrygo e Marquinhos desperdiçaram pelo lado da seleção brasileira. Com a vitória, a seleção europeia agora aguarda o vencedor do jogo entre Argentina e Holanda para conhecer quem enfrentará na semifinal do Mundial.
O jogo
O primeiro tempo entre Brasil e Croácia, embora equilibrado, não teve grandes emoções. Por ser um confronto eliminatório valendo vaga na semifinal da Copa do Mundo, naturalmente ambas equipes apresentaram postura comedida, arriscaram pouco no ataque e não se expuseram na defesa, tornando o confronto morno e pouco empolgante.
Os 10 minutos iniciais foram os melhores da seleção brasileira na primeira etapa. Com velocidade nas transições, o quarteto ofensivo do Brasil, formado por Neymar, Vinícius Júnior, Raphinha e Richarlison, conseguiu confundir o encaixe do sistema defensivo da Croácia e criar alguns espaços próximo a grande área – as melhores chances caíram no pé de Vini Jr, mas o atacante não foi eficiente nas finalizações.
Após esse momento de superioridade brasileira, a Croácia se reorganizou e equilibrou a partida. Apesar de não ter levado perigo algum ao gol defendido por Alisson, a seleção europeia foi eficiente dentro da sua proposta tática, de pressionar a saída de bola da Canarinho, forçando assim erros na construcao de jogo do Brasil, além de manter o controle das ações por meio da posse de bola, sobretudo a partir dos 30 minutos.
Individualmente, jogadores como Neymar e Raphinha tiveram atuações apagada, o que consequentemente refletiu no desempenho do time no quesito criativo. Danilo, improvisado como lateral-esquerdo pelo segundo jogo consecutivo, também não foi bem no primeiro tempo, sendo o principal alvo dos avanços ofensivos da Croácia – que limitaram-se a chegar na linha de fundo e fazer cruzamentos.O Brasil retornou para o segundo com mais ímpeto no ataque. Em menos de cinco minutos, a seleção conseguiu criar duas oportunidades interessantes que obrigaram o goleiro Likakovic a fazer defesas importantes. Com um minuto no ponteiro, Richarlison recebeu cruzamento rasteiro e finalizou desviando na bola, mas o arqueiro croata defendeu.
No lance seguinte, Vini Jr. aproveitou rebote de chute de Neymar na pequena área, mas bateu fraco e desperdiçou. Nesta jogada, houve reclamação dos brasileiros sobre um possível pênalti cometido pelo jogador da Croácia na origem do lance, porém após revisão do VAR, foi identificado um impedimento.
Para revigorar o ataque do Brasil, Tite colocou Antony no lugar de Raphinha, que não fazia bom jogo. Minutos depois, foi a vez de Vinícius Júnior deixar o campo para a entrada de Rodrygo, companheiro de clube no Real Madrid. Com as mudanças, a seleção ganhou mais volume de jogo, empurrou a Croácia para o seu campo de defesa e passou a pressionar com mais intensidade os europeus.
O domínio do Brasil tornou-se evidente. Sem ser ameaçado na defesa, a Canarinho se sentiu mais confortável para adiantar as linhas e ocupar o campo de ataque com praticamente todos jogadores do time, com exceção dos zagueiros e laterais, que mantiveram posição recuada para dar cobertura aos avanços.
Diante deste cenário, o protagonismo do jogo passou a ser do goleiro croata Likakovic, responsável por diversas defesas difíceis, algumas cara a cara com jogadores brasileiros, como a de Neymar, aos 30 minutos. Lucas Paquetá, aos 34, também teve ótima oportunidade aos 34, em um chute da entrada da área, mas o arqueiro, bem posicionado, defendeu com segurança.
Na reta final do segundo tempo, o Brasil intensificou a pressão. Com Pedro em campo – que substituiu Richarlison –, a Canarinho instaurou uma verdadeira blitz na área croata, com diversas bolas alçadas e tentativas de finalizações. A melhora no desempenho em relação ao primeiro tempo, entretanto, não foi o suficiente para a seleção brasileira furar o bloqueio croata.
Prorrogação
O início da prorrogação não foi fácil para o Brasil. Com dificuldade para infiltrar na área da Croácia, a seleção brasileira não conseguiu impor o mesmo ritmo da reta final do tempo regulamentar.
A seleção europeia, por outro lado, que não havia assustado durante todo o jogo, chegou com perigo aos 12 minutos, quando Petkovic, em linda jogada individual, driblou dois defensores e deu passe na medida para Brozovic. O volante, na entrada da área e sem marcação, chutou por cima do gol, para alívio dos brasileiros.
Quando o primeiro tempo da prorrogação caminhava para o fim, uma jogada genial mudou o rumo da partida. No lance, já aos 15 minutos, Neymar tabelou com Rodrygo e com Paquetá, recebeu dentro da área, driblou o goleiro e chutou tirando de Sousa, que tentou interceptar de carrinho. Um golaço do camisa 10 para euforia de toda torcida brasileira.
Segundo tempo
Com a vantagem no placar, o Brasil voltou para o segundo tempo extra com um cenário confortável, mas o futebol é imprevisível. A Croácia, que não havia conseguido levar perigo durante a maior parte de todo confronto, conseguiu empatar o jogo em um momento onde a seleção brasileira tinha o controle das ações. Aos 11 minutos, Modric tocou no meio para Vlasic, que abriu a bola na esquerda com Orsic. O atacante cruzou rasteiro para Petkovic, que pegou de primeira. O chute ainda desviou em Marquinhos antes de estufar as redes. Com o empate, o duelo precisou ser decidido nos pênaltis.
Pênaltis
Vlasic (gol)
Rodrygo (perdeu)
Majer (gol)
Casemiro (gol)
Modric (gol)
Pedro (gol)
Orsic (gol)
Marquinhos (perdeu)
Croácia classificada (4x2)
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