quarta-feira, 6 de julho de 2022

Baiano preso com cocaína na Tailândia foi usado como 'mula', afirma advogado

A defesa do baiano Laécio José Paim das Virgens Filho, 25 anos, preso ao tentar entrar com cocaína na Tailândia, informou, nesta quarta-feira (06), que o rapaz pode ter sido usado como “mula” (termo usado para indicar um indivíduo que carrega entorpecentes) para transportar a droga do Brasil até o país asiático.

Laécio foi detido em 13 de junho no aeroporto de Bangkok e permanece em isolamento no presídio desde então. Ele estava com duas irmãs que moravam em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador.

Samara Taxma Chalegre Muritiba e Daiana Chalegre Muritiba foram detidas pela polícia tailandesa e a defesa delas afirma que ambas foram enganadas por um homem, mas não soube detalhar quem era essa pessoa.

Em conversa com o g1, o advogado Guilherme Cedraz, que representa Laécio José, disse que não foi ele o responsável por envolver as duas irmãs no crime. A primeira linha de trabalho da defesa é mostrar que o suspeito pode ter sido "ludibriado" assim como as mulheres.

“Eu não falo que elas ou Laécio foram enganados. Geralmente, em 99% dos casos como esse, as pessoas são ludibriadas. São encantadas pela oferta de um valor alto a receber para somente levar a droga e voltar. Garanto que não foi o Laécio que enganou as outras duas. Ele viajou com elas e os três foram presos”.

Laécio José é natural de Amélia Rodrigues, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador. Nas redes sociais, ele se identifica como modelo, analista de sistema e profissional de marketing, além de publicar fotos que são identificadas como registros feitos na Tailândia, o que sugere que ele já esteve no país em outra ocasião.

De acordo com o advogado, ele mora em Feira de Santana, cidade vizinha e onde também residem Samara e Daiana.

Laécio trabalha como tatuador e teria informado à família, que continua morando em Amélia Rodrigues, que iria fazer uma viagem a São Paulo para um curso de aprimoramento na profissão.

“O último contato com os pais foi informando que iria viajar para fazer um curso de aprimoramento em tatuagem. Desde que se mudou para Feira de Santana, mantinha pouco contato com eles. O pai nunca soube que ele foi envolvido com drogas e nunca teve desconfiança ou queixa”, disse Guilherme Cedraz.
Desde que foi preso em 13 de junho, Laécio foi levado para um presídio na cidade de Samut Prakan, cerca de 35 quilômetros distante de Bangkok. O advogado Guilherme Cedraz disse que ainda não conversou com o cliente e todas as informações sobre o caso têm sido repassadas pela embaixada brasileira na Tailândia.

O baiano está em uma área isolada dos outros presos, por causa dos protocolos adotados contra a Covid-19. Este isolamento deveria durar até o próximo domingo (9). No entanto, por causa de feriados seculares e religiosos (14 de julho tem início o Khao Pansa, uma celebração budista) a defesa só poderá conversar com Laécio no dia 18 de julho.

“Ainda não conversei com Laécio. Só vou poder ter acesso a ele no dia 18, por aplicativo de telefone celular. Aí terei todos os detalhes da situação. No momento, as informações que tenho são com a família, com a embaixada e um escritório de advocacia em Bangkok, que está dando um suporte”, disse.

Até lá, Laécio permanece incomunicável e afastado dos outros presos. O Itamaraty, por meio da embaixada brasileira em Bangkok, informou que acompanha a situação e presta assistência aos brasileiros, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.

O órgão disse também que não poderia passar informações detalhadas a respeito da prisão, de acordo com o direito à privacidade e conforme a Lei de Acesso à Informação.

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