sexta-feira, 6 de maio de 2022

Justiça mantém prisão de motorista de transporte por app, que teria sido obrigado a dirigir em assaltos

A Justiça da Bahia determinou a manutenção da prisão do motorista Jefferson Bento Santana, que foi preso em 26 de setembro de 2021, suspeito de participar de oito assaltos. A defesa alega que o homem também foi vítima dos suspeitos, que que foi obrigado a dirigir durante os crimes.

A audiência de instrução aconteceu na quinta-feira (5), em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, e durou mais de 12 horas. O encerramento foi depois das 22h. O advogado de Jefferson informou que vai recorrer da decisão judicial e que tem elementos para provar que ele é inocente.

Na última sexta-feira (29), o g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), para saber sobre a situação processual de Jefferson. O TJ-BA informou que não é a primeira vez que ele alega ser vítima de roubo.

Dois meses antes de ser preso, o motorista registrou boletim de ocorrência na delegacia de Amélia Rodrigues afirmando que o carro que ele usava para trabalhar havia sido roubado. Dois dias depois, ele retornou a outra delegacia, desta vez em Feira de Santana, declarando que o veículo havia sido encontrado.

Pedido de relaxamento de prisão


Essa nova audiência de custódia aconteceu depois que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu o relaxamento da prisão de Jefferson. O documento foi encaminhado à Justiça no dia 27 de abril. A solicitação foi feita porque elementos trazidos pelo novo depoimento de uma das vítimas enfraqueceram os indícios de coautoria apresentados no inquérito policial. Ainda segundo o órgão, o motorista segue denunciado no processo.

Jefferson está detido no Conjunto Penal em Feira de Santana. Em abril deste ano, a família dele disse que a prisão é injusta, porque ele estava fazendo uma corrida, quando foi obrigado, por dois homens, a dirigir enquanto a dupla realizava os assaltos.

Jeferson trabalhava como técnico em refrigeração em um hospital e fazia corridas nas horas vagas, para complementar a renda. No dia do crime, ele já havia encerrado o expediente e aceitou uma corrida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha, com destino a UPA da Mangabeira.

Em depoimento à polícia, Jefferson contou que os passageiros anunciaram o assalto ao entrarem no veículo e o obrigaram a seguir o trajeto da corrida. No caminho, oito pessoas teriam sido assaltadas e o carro do trabalhador foi filmado por câmeras na cidade.

Após um dos crimes, Jefferson se jogou do carro em movimento e o veículo seguiu desgovernado até bater em um poste. Ele e os outros dois suspeitos foram presos em flagrante após as vítimas prestarem queixa à polícia. As informações são do G1

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