segunda-feira, 11 de abril de 2022

Inflação acelera para 1,62% em março, maior para o mês desde 1994

A inflação fez com que quase oito em cada dez brasileiros, ou 76%, diminuíssem a compra de produtos e serviços que estavam habituados a consumir, segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva. O processo inflacionário também fez com que 71% precisassem trocar de marca no último ano.

A inflação acelerou para 1,62% em março, após ficar em 1,01% em fevereiro. Esse foi o maior resultado para o mês desde 1994 (42,75%), antes da implantação do Plano Real. No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.

O levantamento indica que, entre os que reduziram a compra de produtos por causa da inflação, 78% disseram ter economizado com a alimentação em geral. Os principais itens que saíram do cardápio foram as carnes (64%), feijão (36%) e aves/frango (36%).

Ao todo, 68% dos brasileiros declararam que, no último ano, a qualidade dos alimentos que consomem piorou por causa da inflação. O índice é de 71% nas classes C, D e E e de 52% nas classes A e B. Além do que leva à mesa, a população também realizou cortes nos gastos com energia elétrica (62%), combustível (45%) e roupas (40%).


Maior importância ao preço

A pesquisa do Instituto Locomotiva aponta ainda que sete em cada dez brasileiros estão dando maior importância ao preço na hora de comprar produtos e serviços em comparação a um ano atrás. Mas, apesar da inflação em alta, apenas 17% aceitaram abrir mão de qualidade.

“O brasileiro enfrenta uma situação duríssima: renda estagnada diante da inflação que acelera. Aí não tem jeito. A saída é apertar o cinto para tentar fazer o dinheiro render até o final do mês”, explica o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles. “Nesse processo, o consumo prioriza preço e itens essenciais. Não há lugar para o que é considerado supérfluo.”

A pesquisa do Instituto Locomotiva foi feita a partir da análise de 1.950 entrevistas telefônicas, realizadas entre os dias 3 e 7 de março, em 78 cidades pelo Brasil.

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