quarta-feira, 9 de março de 2022

Imóveis são demolidos em acampamento em Vitória da Conquista; prefeitura diz que ocupação é irregular

Equipes da prefeitura de Vitória da Conquista, na região sudoeste da Bahia, iniciaram, na manhã desta quarta-feira (9), a derrubada de imóveis construídos no bairro Universitário. Moradores afirmam que cerca de 300 famílias moram no Acampamento Terra Nobre que, segundo o poder público municipal, ocupam a área de maneira irregular.

Tratores e maquinários são utilizados para derrubar as casas que, de acordo com gestão, estão em uma área verde que precisa ser desocupada. Agentes da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar acompanham os trabalhos de demolição.

A prefeitura informou que as famílias foram orientadas a procurar programas habitacionais do município e, por se tratar de uma área pública, a ação de derrubada não precisa de ordem judicial.

O advogado que representa as famílias do acampamento, Erick Silveira, disse que houve uma reunião com a prefeitura em 2021 e ficou definido que, em caso de despejo, as famílias seriam realocadas para outra área de moradia.

“Ano passado, tivemos uma reunião oficial com o representante do município de Vitória da Conquista em que acordamos que, para que o despejo fosse realizado, a prefeitura daria, primeiramente, um comunicado para as lideranças da ocupação do Acampamento Terra Nobre. Posteriormente, alocaria as famílias que estão aqui em busca de uma moradia digna, em busca do desenvolvimento da agricultura familiar”, comentou.

De acordo com Silveira, o caso é acompanhado pela Defensoria Pública de Vitória da Conquista e há uma ação de manutenção de posse desde o ano passado. E que, por isso, não existe ordem de despejo que autorize a derrubada das casas.

Em junho de 2021, a prefeitura derrubou imóveis montados em um acampamento no mesmo local. Na ocasião, moradores disseram que as equipes chegaram por volta das 6h, obrigaram as famílias a saírem e demoliram as casas com tratores.

À época, a prefeitura de Vitória da Conquista informou que tinha tomado conhecimento da ocupação e que houve denúncias de que os ocupantes estariam comercializando terrenos no local, o que foi negado pelos moradores.//g1

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