Na véspera do Dia da Mulher, Tatiane Ferreira Santos, 36 anos, chegou com o rosto inchado e cheia de ferimentos, além do nariz quebrado e a boca partida para fazer o exame de corpo delito. No lugar do respeito, ela recebeu um soco no rosto do ex-companheiro neste sábado (5), no bairro de Pirajá. Grávida do segundo filho do acusado, ela foi agredida depois que cobrou pouco mais R$ 300 para alimentar a filha de cinco anos.
"Estou com dores por toda a face, tontura, mal-estar. Quero que ele pague por tudo isso. Eu trabalho atendendo às pessoas. Como vou fazer agora? Não tenho como trabalhar tão cedo, porque ele desfigurou o meu rosto", declarou ela, na amanhã desta segunda-feira (07), na entrada do Departamento de Polícia Técnica (DPT). O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam) de Periperi. Segundo Tatiane, o acusado é mecânico e não foi mais visto no bairro.
Em relação ao caso, a Polícia Civil informou que a delegada titular da Deam já solicitou a medida protetiva de urgência para a vítima. "Investigadores da Deam/Periperi estão em campo, coletando mais informações que possam contribuir com a apuração do caso", informou a nota enviada à reportagem.
Agressão
Agressão aconteceu a poucos metros da casa de Tatiane, na Rua Velha de Pirajá. No final da tarde de sábado, ela foi ao local de trabalho de ex-companheiro, depois de inúmeras promessas de ele ajudar no sustento dos filhos. "Eu só pedi a ele os R$ 300 para a geladeira e a dispensa, que estão vazias e o que ganho é muito pouco. Ele dizia que não tinha, mas ficava sabendo que gastava o dinheiro no bar. Então, peguei a minha filha e fui lá cobrar a ele. Desde quando terminei a relação, ele só deu R$ 80", disse ela, que está separada do mecânico desde dezembro do mês passado.
Quando Tatiane chegou à oficina, o mecânico disse que não ia dar mais o dinheiro. Ela então pegou o celular dela, que estava numa mesa e que ele havia tomado após a separação. "Peguei o aparelho e disse: 'Faça um Pix agora!'. Foi quando ele me disse: 'Se você não me der o celular, vou dar um murro na sua cara'. E partiu para cima de mim, apertando o meu pescoço e depois me deu um soco e caí", contou a recepcionista.Tatiane foi socorrida por um morador ao Hospital do Subúrbio e foi submetida a uma cirurgia. "Tive alguns ossos da face quebrados. Mas até chegar lá, não sabia a gravidade do problema, porque apaguei assim que caí com o murro", disse. Do Subúrbio, ela foi transferida para a maternidade do Hospital João Batista Caribé. "Os médicos estavam preocupados com a saúde do meu bebê, mas graças a Deus que ele está bem", relatou ela, grávida de quatro meses.
Filha
A vítima disse que toda a agressão foi testemunhada pela filha. "Quando ele me pegou pelo pescoço, minha menina gritava: 'Para papai, para papai, larga a mamãe'", relatou. A recepcionista disse que a menina está traumatizada. "Ela está muito abalada com todo o que o viu. Como estava no hospital, ela dormiu na casa de uma amiga".
Esta não foi a primeira vez que Tatiane foi agredida pelo ex. "Há seis meses, durante uma discussão, ele tentou me estrangular porque reclamei que estava bebendo demais", disse. Apesar da situação, ela não foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência. "Não, porque naquela ocasião achei que era coisa (briga) de casal e que ia ficar ali mesmo, mas, infelizmente, hoje sei que não", lamentou.
Tatiane está com medo. "Não sei o que ele pode fazer. Quem faz uma vez, faz duas, três. Ninguém sabe onde ele está e por isso não me sinto segura", declarou. //Correio24h
Nenhum comentário:
Postar um comentário