sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Por que cerveja puro malte é, na verdade, puro marketing?

 "Eu só bebo cerveja puro malte!", disse aquele entusiasta de cerveja. Você já deve ter ouvido essa frase por aí em referência à qualidade da bebida. Mas, trago notícias: o termo "puro malte", é, na verdade, puro marketing.

Para uma cerveja ser denominada puro malte nas leis brasileiras, de acordo com o decreto nº 6.871 de 2009, ela deve ter, na parte dos grãos de sua composição, 100% de malte de cevada como fonte de açúcares. Ou seja: não deve conter nenhum outro cereal em sua fórmula. 

Por exemplo: uma Weissbier que contenha malte de cevada e malte de trigo na receita não é considerada puro malte pelas nossas leis. O mesmo vale para cervejas com malte de centeio, malte de aveia e qualquer outro grão maltado.

No entanto, a qualidade da cerveja não é consequência da presença de malte de cevada ou de qualquer outro ingrediente isolado. Em muitos estilos de cervejas das escolas belga, alemã e inglesa, por exemplo, o uso de cereais não maltados é imprescindível para trazer características determinantes de um estilo, bem como sabores, sensações e complexidade.

Uma boa Witbier, por exemplo, leva em sua composição flocos de trigo ou malte do mesmo cereal. Para dar mais corpo e suavidade a uma cerveja, é comum também adicionar aveia, ingrediente muito usado nas tradicionais Stouts inglesas.

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