Os casos ativos da Covid-19 cresceram 987% na Bahia desde o início deste ano. O g1 analisou dados com base nos boletins divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) nos quatro últimos domingos deste mês: dias 2, 9, 16 e 23 de janeiro.
No primeiro domingo do ano, o estado tinha 1.809 casos ativos da doença, ou seja, pessoas contaminadas com o coronavírus. No dia 23, o número subiu quase 10 vezes e saltou para 19.665 casos ativos.
Apesar da grande quantidade de registros de casos ativos no último domingo (23), é necessário lembrar que nos finais de semana os dados costumam ser represados, por causa do volume de testes que não são analisados pela falta de tempo.
A diretora estadual de Vigilância Epidemiológica do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), Márcia São Pedro, comentou a situação:
“Se tenho casos ativos, significa que há vírus circulando e pessoas que estão se contaminando levam o vírus para outras pessoas. Para reduzir os casos ativos, é preciso aumentar as medidas restritivas. É preciso o uso de máscaras, diminuir as aglomerações e distanciamento", afirma.
A variante ômicron é a dominante nos casos de Covid-19 na Bahia. Márcia analisa que, mesmo a cepa sendo causadora de casos menos graves, o crescimento das pessoas contaminadas pode sobrecarregar o sistema de saúde, já que atinge pacientes indiscriminadamente.
"A partir do momento em que tenho casos que são ativos, posso ter casos que são leves – e aí as pessoas vão procurar os serviços de saúde, as UPAs, porque precisam de um diagnóstico. É importante lembrar que a ômicron, nesse momento, traz um quadro de menor severidade, como gripe, congestão nasal e dor de garganta, como se fosse o início de uma gripe que pode passar mais tranquila".
"Algumas pessoas estarão assintomáticas, mas a grande questão é que essas pessoas também podem complicar. E se elas complicam porque têm comorbidades associadas, isso significa que vai potencializar o quadro do paciente e vai sobrecarregar o sistema de saúde".
Para reduzir o número de casos ativos, a avaliação de Márcia é uma só: é necessário um novo endurecimento das medidas protetivas.
“Nós temos um número de pessoas que já iniciaram a vacina, que acham que porque iniciaram o esquema vacinal tudo pode ser liberado, e não é assim. As pessoas precisam utilizar as máscaras e se proteger. Em paralelo a isso, também precisam buscar postos de vacinação para fazer o complemento da segunda dose. São quatro milhões de pessoas com dose em atraso [na Bahia] – tanto a sua segunda dose, quando a dose de reforço".
"Esse é o momento em que precisamos avançar na vacinação, precisamos manter as medidas restritivas, porque estamos flexibilizando demais, estamos brincando com a Covid-19 e, com isso, a gente tem um número maior de pessoas que estão sendo acometidas”.
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