A série de ameaças que levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recorrer à polícia para garantir a segurança de seus funcionários inclui mais de 150 intimidatórios e até “ultimato”.
Obtida pelo jornal O Globo, uma parte dos documentos que comprovam os ataques conta com ameaças como “Considere este aviso como último”, “seu assassino desgraçado”, “passe mal” e “safado, assassino”. Segundo a publicação, além de e-mails as intimidações ocorrem também por ligações telefônicas e redes sociais.
“Olhe para as tuas mãos, estão sujas de sangue, seu assassino desgraçado. Você é mais um comunistinha sem caráter, traíra do presidente e sem vergonha na cara, usando essa gravatinha vermelha, cor do sangue das criancinhas que você está assassinando. Passe mal seu fdp. Me processe que quero te desmascarar, vou provar a tua participação na morte de milhares de brasileiras afetados pelas tuas decisões esdrúxula [sic], safado, assassino!”, diz uma das mensagens endereçadas ao diretor da Anvisa.
A ofensiva se intensificou após a agência aprovar a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Contrário à medida, o presidente Jair Bolsonaro chegou até a sugerir a divulgação dos nomes dos técnicos envolvidos na autorização.
A Polícia Federal do Distrito Federal abriu novo inquérito na semana passada para apurar o caso. Procurada pelo jornal, a PF informou que “não comenta investigações em andamento”.
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