Policiais civis em Feira de Santana se reuniram, na manhã desta sexta-feira (05), em protesto pela morte do investigador Eliel Santana dos Santos, assassinado durante uma tentativa de assalto em São Gonçalo dos Campos, cidade a cerca de 20 km de Feira de Santana.
Os agentes também homenagearam o agente com um "sirenaço" em frente ao Complexo Policial do Sobradinho. Eles ainda reivindicaram melhores condições de trabalho para a categoria.
Além das homenagens ao colega morto na tentativa de assalto, os policiais fizeram uma manifestação pela regulamentação da Lei Orgânica que reajusta o salário de investigadores, escrivães e peritos técnicos.
Os profissionais reclamam também das condições de trabalho na delegacia de Itapuã, em Salvador, que consideram insalubres. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), há 12 anos os cargos deixaram de ser de nível médio e passaram a ter exigência de nível superior. O salário-base, porém, segundo a entidade, continua de R$ 1.047, que é considerado abaixo do salário mínimo no Brasil.
O diretor do sindicato, Eustácio Lopes, detalha que a última correção ocorreu em 2014. Na época, o hoje governador Rui Costa era secretário da Casa Civil e negociou o reajuste com os servidores. “O nosso ato de hoje é para o governo cumprir a Lei Regulamentar 11.370 de 2009, para reestruturação salarial. Tem 12 anos que os profissionais mudaram de nível e [o governo] continua pagando salário de nível médio”, comentou.
Ainda de acordo com Eustácio, o ato ocorreu na delegacia de Itapuã justamente porque a unidade está com equipamentos administrativos com defeito e há mofo nas dependências do prédio e más condições de trabalho para os profissionais.
O g1, responsável por esta matéria, entrou em contato com a Polícia Civil, e aguarda um posicionamento.
Em 27 de outubro, data que foi celebrado o Dia do Funcionário Público, os policiais fizeram uma manifestação no Centro Administrativo da Bahia, pela mesma pauta, e cobraram do governo do estado o reajuste salarial.
Eles se concentraram em frente à sede da Governadoria, fizeram uma caminhada pela Avenida Paralela, e retornaram à sede do órgão. A mobilização provocou congestionamento na via, que foi liberada no final da manhã.
No mesmo dia, o Governo da Bahia informou que trabalha no planejamento da política de gastos para 2022, incluindo os investimentos em Recursos Humanos e acrescentou que em 2021, a administração estadual ainda permanece sob as regras da Lei Federal 173/2020, que estabeleceu o programa federativo de enfrentamento ao novo coronavírus e proíbe aumento de despesas com pessoal nos estados.
No entanto, a administração estadual salientou que concedeu promoções e progressões de carreira na Polícia Civil, dentre dos parâmetros legais permitidos e de acordo com os limites impostos pela responsabilidade fiscal.
O crime
Eliel Santana dos Santos foi morto no dia 30 de outubro, no distrito de Magalhães. Segundo informações da Polícia Civil, o assalto teve participação de dois homens.
O policial reagiu, houve troca de tiros e um dos suspeitos morreu no local. Eliel, que também foi baleado, foi levado para uma unidade de saúde da região, mas não resistiu.
Outro suspeito do crime foi preso no dia seguinte, no bairro Feria IX, em Feira de Santana. O nome do homem não foi divulgado pela polícia, que também não detalhou informações de como ele foi encontrado. Em nota, a Polícia Civil disse apenas que ele já responde por porte ilegal de arma de foto, e que foi autuado em flagrante pelo latrocínio – que é o roubo seguido de morte –, contra Eliel.
O suspeito foi levado para a Delegacia de São Gonçalo dos Campos, onde está preso, à disposição da Justiça.
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