Em entrevistas a rádios nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT) desdenharam sobre a possibilidade do surgimento de um candidato que possa derrotá-los nas eleições de 2022, a chamada terceira via.
Em entrevista à Itatiaia, Bolsonaro comentou o cenário eleitoral e afirmou não ver espaço para uma terceira via.
"Existe uma passagem bíblica que diz: seja quente ou seja frio, não seja morno. Terceira via, o povo não engole isso aí. O vaselina? É xilocaína ou vaselina? O vaselinão? Não vai dar certo, não vai agregar, não vai atrair a simpatia da população."
"Não existe terceira via. Está polarizado. Hoje, ia estar eu e o ex-presidiário que desviou bilhões dos cofres públicos e vai disputar as eleições do ano que vem", disse Bolsonaro, referindo-se a Lula.
Já o petista, que teve seus direitos políticos restituídos por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e hoje aparece como favorito nas pesquisas de opinião, falou sobre o tema à rádio Jovem Pan de Sergipe.
"A terceira via é uma invenção dos partidos que não têm candidato. Falam em polarização... O que tem de um lado é democracia e do outro é fascismo. Quem tá sem chance usa de desculpa a tal da terceria via. Seria importante que todos os partidos lançassem candidato e testassem sua força."
Lula ainda disse estar em ótima forma física, numa referência indireta à situação de Bolsonaro, que passou cinco dias internado com quadro de obstrução intestinal."Vocês sabem por que eu dou entrevista em pé? É pra provar que eu tô com saúde e com muita disposição. Inclusive eu tô aqui na academia, fazendo meu exercício diário..."
Bolsonaro chegou na manhã de quarta (14) ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, queixando-se de dores abdominais. Vinha também de uma crise de soluços que durou pelo menos 11 dias.
No mesmo dia, embarcou em um avião da Força Aérea Brasileira e viajou até São Paulo, para passar por avaliação médica no hospital Nova Vila Star e ver se precisaria ser operado de novo. Não foi o caso.
Oito em cada dez quadros similares ao de Bolsonaro se resolvem apenas com tratamento clínico. Uma das terapias consiste em drenar do estômago do paciente, com uma sonda nasogástrica, líquidos resultantes da saliva deglutida, do muco do intestino, do suco gástrico, da bile e do suco pancreático.
"Tô bem, graças a Deus. O problema que eu tive no início desta semana foi ainda em função da facada que recebi em 2018, na questão de aderência [partes do intestino que ficam coladas]. De vez em quando trava o intestino", disse no sábado, celebrando em seguida não ter precisado operar.
"Tô louco pra voltar pra trabalhar, rever os amigos, voltar para o seio da família e, realmente, botar o Brasil para andar."
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