quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Itabuna: empresários suspeitos de fornecerem munições para o crime organizado são presos em mega-operação da Polícia Civil


Mais de 10 pessoas conduzidas, armas e munições apreendidas e vários mandados de prisão cumpridos. Este é o saldo parcial de uma mega-operação, realizada na manhã desta quarta-feira (1º), pela Polícia Civil de Itabuna, em conjunto com a 7ª Coordenadoria de Ilhéus, no bairro Fonseca, onde está localizado um dos “covis” do crime organizado, principal alvo da ação.

E um detalhe que promete dar no que falar é a investigação envolvendo dois empresários do ramo de armamento, na cidade. Os irmãos e sócios, cujos nomes ainda estão sendo mantidos em sigilo, são acusados de fornecer munições para facções criminosas, tendo como “cliente” fiel o “Raio A”. Os policias apreenderam nas duas lojas dos empresários – uma no centro de Itabuna e outra em Ubaitaba – diversas munições, que serão periciadas.
Os suspeitos, inclusive, foram detidos, por meio de um mandado de prisão temporária e já foram ouvidos pelo delegado André Aragão. Em entrevista à nossa reportagem, o coordenador informou que a investigação é minuciosa e visa descobrir como funcionava o esquema, uma vez que os acusados alegaram que faziam tudo de forma legal, o que não é verdade. De fato, eles adquiriam a mercadoria de forma lícita, mas vendiam sem a apresentação do porte de armas, fator imprescindível na compra de armamentos.


Segundo Aragão, um intermediário era responsável pela compra das munições (mesmo sem o porte legal de armas) e depois repassava o material para os traficantes Flávio e Flaviano, líderes do tráfico no Morro dos Macacos, presos na operação. Ainda de acordo com o delegado, uma equipe do Exército, que é quem controla a venda de armas no país, deve ser solicitada para averiguar a situação.

Embora o mandado de prisão dos irmãos seja, inicialmente, de cinco dias, este pode ser prolongado para uma prisão preventiva, garantiu o coordenador.

A operação

A operação, sob a batuta do delegado André Aragão, coordenador da 6ª Coorpin, envolveu, aproximadamente, 50 agentes, entre os quais Lúcio Serra. Os delegados Marlos Macedo e Katiane Amorim também participaram dos trabalhos. Várias viaturas tomaram conta, logo por volta das 4h30min da madrugada, das ruas do Fonseca e o Morro dos Macacos, naquela região, palco constante de tiroteios entre traficantes rivais. 

Um homem, que responde por assalto, cujo crime aconteceu recentemente no bairro Nova Itabuna, foi detido, por força de um mandado de prisão.  Ao Verdinho, Alan Nunes do Nascimento, de 36 anos, disse que é de Itabuna, mas atualmente estava morando em Ilhéus. Ainda foi preso na Rua Antônio Fonseca, Juliano Aguiar de Oliveira, de 23 anos. Das 12 pessoas conduzidas, outros dois suspeitos foram identificados: Thiemerson Santos Reis, de 23 anos, e “Gustavo Playboy”.

E a família do traficante Sidmar Soares dos Santos, o “Bolota”, continua na mira da polícia. Durante a ação, os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de “Teinha”, irmã de Bolota. No entanto, nada suspeito foi encontrado. A mulher também não estava no local.

A operação deve continuar durante toda a manhã desta quarta-feira.



Operação Pelágios: 
Empresários negam acusação, mas provas não deixam dúvidas de que eles vendiam armas para o tráfico, diz polícia

Os empresários Delci e Jessi Rocha, estão presos, inicialmente por um prazo por cinco dias. Mas prisão pode ser convertida para preventiva

Na cidade não se fala de outra coisa: o envolvimento de dois empresários no esquema de vendas de munições, muitas delas de uso restrito das Forças Armadas, para o crime organizado, em Itabuna. O intermediário do “negócio” é um homem identificado como “Zanata”, pai de Eliana (Lanaa) e sogro de José Silva (Sid), traficantes e integrantes da mesma quadrilha.

O bando foi preso na manhã desta quarta-feira (1º), durante a operação Pelágios, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da 6ª Coorpin.
Eliana (Lanaa) e  José Silva (Sid)
Eliana (Lanaa) e  José Silva (Sid)
Os trabalhos contaram com a partipação da 7ª Coorpin, de Ilhéus, coordenada pelo delegado Evy Paternostro, e os delegados Marlos Macedo e Katiana Amorim, além de um grupo de, aproximadamente, 50 agentes.

Comandada pelo delegado André Aragão, chefe da Polícia Civil na cidade, a ação resultou, como foi já aqui noticiado, na prisão de 12 pessoas. Os empresários, que inclusive, são irmãos, também foram detidos, em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Jéssi e Delci dos Santos Rocha, proprietários da Casas Rocha, negaram tudo em depoimento na sede da coordenadoria, no Complexo Policial.

“No entanto, temos um farto material probatório. Na casa de Jessi, por exemplo, apreendemos R$ 25 mil no cofre, além de munições de fuzil e de pistola Ponto 40. O irmão dele tem um posto de gasolina entre Ubaitaba e Aurelino Leal, onde também foram encontradas munições. E agora a venda ilegal de armas é crime inafiançável”, informou o coordenador.   

A prisão temporária é de cinco dias. Entretanto, pode ser prolongada por mais cinco dias ou convertida para prisão preventiva. O próximo passo, segundo Aragão, é contatar o Exército para periciar o armamento e averiguar toda essa situação. “Existe o setor (do Exército) de Ilhéus, que trata dessa questão e essas vendas são todas informatizadas. Eles (acusados) venderam e têm que justificar para quem vendeu”, esclareceu o delegado.

Jessi e Delci tinham autorização para vender armas sob encomenda a quem tem porte legal. Porém, as munições são de uso restrito do Exército e não poderiam ser comercializadas. Uma das suspeitas é de que os irmãos mantinham um estoque de armas e munições para vender clandestinamente.

O esquema
O esquema, de acordo com as investigações, iniciadas há dois meses, funcionava da seguinte forma: a traficante Eliana, era responsável por informar ao pai, Zanata, a quantidade que o crime organizado estava solicitando. Mesmo sem autorização do Exército ou porte de armas, Zanata, por sua vez, conseguia comprar o armamento das mãos dos empresários. O material, posteriormente, chegava nas mãos dos traficantes.

“Numa determinada oportunidade, Zanata comprou de uma só vez R$ 5 mil reais em munições, que “abasteceram” por muito tempo o Morro dos Macacos”, detalhou o delegado André Aragão. E esse pesado armamento foi quem subsidiou ataques recentes na cidade, com o lamentável saldo de muitas mortes e feridos.
irmãos “Flávio Painho” e “Flaviano Terror”

Ainda entre os presos, estão os irmãos “Flávio Painho” e “Flaviano Terror”, considerados uns “tiranos” no mundo do crime, chefes do tráfico no Morro dos Macacos.

Atualizada as 20:20

De acordo com o delegado André Aragão, todos que foram presos na operação de hoje, já foram liberados na audiência de custódia.



Atualizada:
Acusado de ser intermediário na compra de armas e munições para o Raio A nega envolvimento com traficantes

Zanata, preso pela Polícia Civil de Itabuna no dia 1° de novembro na Operação Pelágios, acusado de ser intermediário na compra de armamento e munições para traficantes do Raio A, entrou em contato com a equipe do Verdinho Itabuna contando sua versão sobre o caso.

Segundo Zanata, ele não tem envolvimento nenhum com os traficantes do Raio A e que desconhece as informações que foram relatadas contra ele. Zanata afirmou ainda que não foi preso durante a operação no bairro Fonseca e que não conhece “Flavio painho”, um dos líderes do Raio A.

Ainda segundo Zanata, ele já comprou armamento e munições nas lojas Rocha, entretanto era para uso pessoal. Zanata afirmou que se apresentou na delegacia de livre e espontânea vontade. 

Segundo Zanata, ele já trabalhou como motorista de empresa de ônibus e também já trabalhou como agente público e devido as falsas informações passadas contra ele, está tendo dificuldade para arrumar emprego.

Zanata informou à equipe do Verdinho, que a filha, Eliana (Lanaa), e o marido, José Silva (Sid), que haviam sido presos e liberados no mesmo dia, estão foragidos.


Ainda segundo Zanata, ele ficou preso na custódia da delegacia durante 8 dias, mas que não saiu antes por conta do feriado. Apesar das acusações, Zanata nega ter qualquer tipo de envolvimento com os traficantes presos na operação Pelágios.


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