O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, criticou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de negar o pedido de autorização para a importação da vacina russa Sputnik V, contra a Covid-19. O estado tem contrato para aquisição de 9,7 milhões de doses do imunizante.
A Anvisa justificou que não há informações que atestem a garantia da segurança população e que não recebeu um relatórios técnico da fabricante, para comprovar que a vacina corresponde aos padrões de qualidade exigidos pela agência.
Segundo o secretário, essa decisão da Anvisa já era esperada e mostra que a agência está "desconectada da realidade" da Covid-19 no país.
“Não tinha nenhuma dúvida que ela [Anivsa] viesse a dar esse parecer. A simples ida deles a Moscou não iria resolver a infinidade de questionamentos, de documentos que eles solicitaram. A estimativa nossa é que demora em torno de seis meses para conseguir responder a quantidade de questionamentos da Anvisa. Então, existe sim uma desconexão da realidade que nós vivemos, com as exigências que a Anvisa está impondo".
Vilas-Boas citou ainda a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O ministro afirmou que a Anvisa deveria justificar tecnicamente a negativa do uso da Sputnik V, sem recorrer à falta de documentos e questões burocráticas.
"O ministro Lewandowski muito inteligentemente proferiu uma sentença na qual ele diz que a Anvisa não pode simplesmente alegar potenciais riscos e se prendendo em exigir mais documentos. Ele disse que a decisão por não aprovar deve estar calcada em evidências científicas do malefício da vacina. Ele disse que a Anvisa não pode simplesmente continuar a dizer que há ausência de documentos, que há ausência de evidência de benefícios, que há ausência de evidências de segurança", comentou o secretário.
"O que nós assistimos na apresentação da Anvisa é um desfile de tecnicalidades, batendo na mesma tecla: ‘Eu não sei, eu tenho receio, pode ser, talvez’, que é exatamente o que o ministro disse que ele não quer que a Anvisa continue a insistir. Como ela não tem documentos, ela não pode afirmar que a vacina traz malefícios, é apenas uma especulação", argumentou o secretário.
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