Responsável por fazer adaptar tantos setores da economia, a covid-19 também mudou hábitos dos criminosos aqui na Bahia. A nova onda de assaltos a agências bancárias, no interior e na capital, são frutos diretos da pandemia. Isso é o que analisa o professor titular de estratégia e gestão pública do Insper e professor licenciado da Escola de Administração da UFBA, Sandro Cabral. Nesta terça-feira (13), uma agência do Banco do Brasil, em Porto Seco Pirajá, foi explodida por volta das 3h30 da madrugada por bandidos.
De acordo com Cabral, desde que o dinheiro passou a circular menos, por conta da diminuição de pessoas nas ruas e do empobrecimento geral da população, os criminosos passaram a adotar outras estratégias mais ousadas.
“As atividades do crime organizado foram afetadas com a pandemia e eles precisam se sustentar de alguma forma. Por isso passaram a assaltar agências. O fato de escolher cidades mais remotas tem relação com a força policial menos ostensiva nestes lugares. Geralmente os locais têm a força policial compatível com os crimes que acontecem nestes territórios”, diz Cabral.
Segundo números da Secretaria da Segurança Pública, os assaltos a banco, de fato, vem crescendo na Bahia, após seis anos de redução consecutiva. Somente em abril foram seis assaltos em 13 dias, o que significa uma média de um assalto “dia sim e outro não” no estado.
Em 2021, são 11 assaltos, o que corresponde a 38% de todos os ataques que aconteceram no ano anterior, 2020. Em nota, a SSP diz que tem buscado ação conjunta com as polícias de outros estados para localizar e prender as quadrilhas envolvidas nestas ações.
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