O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil emitiu nota na última sexta-feira (09) sobre a situação da covid no país. A entidade aponta que o Brasil caminha para uma catástrofe, e que medidas rigorosas de isolamento social são urgentes. O país é o epicentro da pandemia no mundo e, oficialmente com 348 mil mortes e mais de 13 milhões de infectados, está a menos de um dia de passar das 350 mil vítimas desde o início do surto, em março do ano passado. 7
“As Nações Unidas instam os governos a adotar estratégias de restrição da circulação de pessoas e a prover o apoio necessário à população para que essas medidas possam de fato ser cumpridas”, afirma a ONU. O alerta veio no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) comparou a situação brasileira a um inferno furioso. Inúmeras instituições nacionais e internacionais clamam por medidas que protejam as pessoas da covid-19, que mata mais de 3 mil pessoas por dia no Brasil.
Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro rejeita a ciência e reafirma sua posição contrária ao salvamento de milhares de vidas brasileiras. Ao contrário, ele incentiva e promove aglomerações, e rejeita ações básicas de proteção à vida como o uso de máscaras. Neste cenário, o Brasil vive o colapso dos sistemas de saúde nos estados e municípios, com falta de leitos para internar doentes graves em todas as regiões. Pessoas morrem em casa sem conseguir atendimento hospitalar.
“O Sistema ONU acompanha com preocupação o recrudescimento da pandemia de covid no Brasil e ressalta a necessidade de adoção de medidas preventivas para diminuir a curva de transmissão do coronavírus e garantir o direito humano à saúde”, alerta a mensagem. Por fim, a entidade reafirma que o Brasil representa um perigo para todo o mundo.
Com o vírus circulando livremente e em grande intensidade, são maiores as chances de mutações do vírus para cepas mais agressivas e resistentes. “O aumento persistente no número de casos e de óbitos deve servir de alerta para todos – governos, população, sociedade civil, academia, setor privado, instituições religiosas, entre outros – quanto à urgência de interromper a escalada da doença no país, sobretudo para evitar o surgimento de novas variantes do vírus”, aponta.
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