A Justiça concedeu, nesta quarta-feira (28), uma medida protetiva para a jovem que denunciou o vizinho por ameaça e injúria racial na cidade de Itabuna, no sul da Bahia. A mãe dela, que foi agredida pelo suspeito ao tentar proteger a filha em uma discussão, também está sob a medida.
O pedido das medidas protetivas foi feito pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do município e deferido pelo juiz Murilo Staut.
Ainda nesta quarta-feira, o suspeito, Ubiratahn Santos, foi ouvido pela polícia e negou todas as acuações. A policia não detalhou, no entanto, se o homem foi liberado ou permaneceu na unidade policial após o depoimento.
"Ele respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas dentro das acusações feitas pela vítima. Ele respondeu tudo e o procedimento já está praticamente encerrado", disse a delegada Ivete Oliveira Albano.
Esther Vasconcelos, 19, relatou que a situação começou há quatro anos, quando ela ainda tinha 15. Os casos se intensificaram depois que ela casou com um outro homem. Ela disse que o suspeito, identificado como Ubiratahn Santos, assediou ela de maneira bruta, e recebeu uma negativa.
Quando Esther, que é negra, começou a se relacionar com o companheiro, que é branco, o suspeito passou a proferir injúrias, dizendo que ela era racista por não ter casado com um homem também de pele preta.
“Tudo iniciou em 2017. Eu tinha que passar pela ponte, voltar do trabalho, e ele pediu para ficar comigo. Puxou meu braço e eu mandei ele se respeitar. Eu tinha 15 anos na época. Tudo se intensificou em 2019 quando eu comecei a namorar o meu atual esposo. Foi quando ele disse que eu era racista, por estar com uma pessoa branca e não com um negro. A partir daquele dia que ele começou a me perseguir. Eu andava com meu esposo, ele ameaça de estupro e de morte”, disse a jovem.
Desde então, Esther passou a sair de casa com menos frequência e precisou deixar o trabalho. Ela já registrou várias ocorrências na delegacia e disse ter juntado aos boletins outras informações de ameaças e ofensas feitas pela internet.
Segundo Esther, Ubiratahn utiliza também as redes sociais para cometer os crimes e chegou a fazer montagens com fotos do casamento dela acusando de racismo por ter casado com um homem branco.
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