segunda-feira, 12 de abril de 2021

Com Moro, Estados Unidos influenciaram Operação Lava Jato, indica jornal Le Monde

O jornal francês Le Monde publicou neste domingo (11) uma reportagem que afirma que houve influência do governo dos Estados Unidos na criação da Operação Lava Jato, relacionada ao ex-juiz Sérgio Moro. A matéria explica como “a maior operação contra a corrupção da história do Brasil virou o seu maior escândalo judicial”.

De acordo com o texto, a ação foi iniciada durante o governo do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, quando houve uma tentativa de criar “uma rede de especialistas locais capazes de defender as posições americanas". Por estar "colaborando ativamente com as autoridades dos Estados Unidos no caso Banestado", Moro foi chamado para participar do "Programa de Visitantes Internacionais do Departamento de Estado", onde fez contatos com o FBI, o Departamento de Justiça e o Departamento de Estado.

A matéria ainda informa que Moro participou de um evento ligado à Polícia Federal de Fortaleza em novembro de 2009, onde também estava presente Karine Moreno-Taxman, uma procuradora dos Estados Unidos especializada na luta contra a lavagem de dinheiro e o terrorismo. 

De acordo com o Le Monde, na ocasião ela fez um discurso que dizia: "para que o judiciário condene alguém por corrupção, é preciso que o povo odeie essa pessoa. [...] A sociedade deve sentir que esta pessoa realmente abusou de sua posição e exigir sua condenação". O jornal afirma que o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi sistematicamente e constantemente perseguido por Moro para derrubá-lo, conforme os ensinamentos da procuradora.

 

Em outubro de 2015, durante o governo de Barack Obama, o texto ainda diz que os Estados Unidos enviaram a Curitiba membros do FBI para coletar “explicações sobre os procedimentos em andamento” e citou um acordo entre a força tarefa da Lava Jato e autoridades americanas. E lembra que, ​após deixar o governo do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), Moro “foi recrutado pelo escritório Alvarez & Marsal” em novembro de 2020, com sede nos Estados Unidos, próximo à Casa Branca.


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