quarta-feira, 31 de março de 2021

Operação Cilada: Empresário é procurado suspeito de crimes sexuais contra adolescentes em Ubatã

Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Bahia, com a Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil. realizou na manhã desta terça-feira (30), a Operação Cilada, que cumpre dois mandados de busca e de prisão temporária em desfavor de empresário da cidade de Ubatã, no sul da Bahia. Além do mandado de prisão temporária, cumpre mandados de busca e apreensão nos endereços residencial e profissional do investigado, com o objetivo de obter novas provas.

Na residência do suspeito foram apreendidos dois revólveres calibres 38, uma espingarda calibre 12, uma pistola, munições, aparelhos eletrônicos e produtos eróticos. Equipes do Departamento de Polícia do Interior (Depin), da Polícia Civil, e do Gaeco investigam o caso desde novembro de 2020. 

Segundo o MP-BA, o investigado, que é um empresário bem-sucedido na região, se aproveitava de tal situação para explorar sexualmente meninas de famílias carentes, fazendo promessas e oferecendo dinheiro, presentes, e até mesmo casa e emprego para a sua família, em troca de favores sexuais. As informações são do Bocão News.

Durante a investigação, foi demonstrado que o investigado praticou estupro de vulnerável de pelos menos duas adolescentes, irmãs, filhas de funcionário de uma de suas empresas, pelo período de 2 anos, quando as vítimas tinham 15 e 13 anos. As jovens apresentaram vídeos de relações sexuais com o suspeito. Além disso, as vítimas narraram que o empresário constantemente lhes fazia ameaças, prometendo matá-las, bem como o genitor, caso contassem sobre os acontecimentos.

Segundo o Gaeco, o empresário é conhecido e bem relacionado na cidade de Ubatã e toda a região do Baixo Sul da Bahia, o que faz com que as pessoas e vítimas não colaborassem com as investigações, por medo de represálias ou perda dos seus vínculos empregatícios, ou mesmo porque recebiam compensações financeiras para permanecerem em silêncio.

O Gaeco ainda destacou que a SSP/BA e o MP disponibilizaram canais para denúncias, através do e-mail pjustica.mulher@mpba.mp.br e o telefone (71) 3235-0000 (Salvador e Região Metropolitana), e 181 (Interior), pois as investigações prosseguem, embora sob sigilo, para resguardar a intimidade e dignidade das vítimas. Desse modo, outras adolescentes que, por ventura, tenham sido vítimas de exploração ou abusos sexuais, ou até mesmo testemunhas, podem entrar em contato para que sejam tomadas as providências cabíveis.

O empresário Eugenildo Almeida Nunes já foi condenado a 11 anos e 10 meses de prisão em regime fechado pelo crime de sonegação fiscal. A sentença da juíza federal Karine Costa Carlos Rhem da Silva, titular da Vara Única de Jequié, foi publicada no Diário da Justiça Federal em 2017.

A ação contra o empresário foi movida pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA). A procuradoria afirmou que o proprietário da Ubatã Comércio de Estivas e Cereais Ltda criou uma rede de pessoas jurídicas ”frias” com uso do nome de diversas pessoas na condição de “laranjas”, inclusive seus empregados, sem que eles tivessem conhecimento da fraude.

As investigações foram deflagradas a partir de amplas informações levantadas pelo órgão de inteligência da Receita Federal, que descreveu o esquema de fraudes por meio de um relatório intitulado “Caso Mel”, que teve a vertente inicial voltada para a sonegação fiscal praticada por Alípio Alves de Oliveira Júnior, empresário com grande atuação no ramo de polpas de frutas no estado.

Na seqüência das investigações desenvolvidas, a inteligência da Receita Federal chegou a Eugenildo Almeida Nunes, o verdadeiro proprietário das empresas Ubatã Comércio de Estivas e Cereais Ltda, Ibirapuera Estivas e Cereais, Tobogam Comércio de Estivas e Cereais, Hestivel Comércio de Estivas e Cereais, Jantel Estivas e Cereais e Frigorífico e Transportadora Ubatã, que se utilizava dos “laranjas” para driblar o fisco e evitar que seu vasto patrimônio pessoal, angariado com o esquema criminoso, fosse alcançado. As fraudes representaram a sonegação de mais de 36 milhões de reais em impostos à Receita Federal.

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